Verba do TJ e da Assembleia na mira dos deputados

Requião Filho já tem dez assinaturas para diminuir repasse, mas ainda faltam oito

Depois de assumir o governo, Ratinho Jr. engavetou o discurso de defensor da reposição salarial aos servidores públicos. Quando ainda era deputado estadual, encabeçou votações na Assembleia em favor do reajuste, jogando o ônus da negativa a então governadora Cida Borghetti, sua adversária nas últimas eleições. Nesta segunda (15), Ratinho alegou que fora iludido pela então governadora, que anunciava que os cofres públicos tinham R$ 4 bilhões. O cenário encontrado em janeiro não era bem assim, segundo Ratinho, que alega que já está no limite prudencial.

Mas os problemas financeiros do governador, e consequentemente do funcionalismo, podem acabar. E quem apresentou a receita é um deputado de oposição. Requião Filho (MDB) apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê o fim da divisão do Fundo de Participação dos Estados (FPE) com o Tribunal de Justiça e a Alep. Requião alega que com os recursos o governo não só poderá dar a reposição salarial, como terá dinheiro para investir no Estado.

“Problemas com a falta de reajustes do funcionalismo, pagamento da data-base, e os investimentos que o Paraná precisa, poderiam ser solucionados com esses recursos”, afirma o emedebista, que tem cobrando apoio dos colegas para conseguir as 18 assinaturas necessárias para que a PEC tramite na Casa. Nas contas do deputado ainda faltam 8.

O projeto altera a redação do artigo 133 da Constituição estadual e revoga a repartição estabelecida no governo Orlando Pesutti, em 2009. Mas como no jogo político não tem almoço grátis, se a PEC pode representar uma bolada para Ratinho usar nos próximos anos, também deve acarretar brigas com os outros poderes.

“Quero ver quem serão os deputados que terão coragem de assinar conosco essa proposta, que compra briga com cachorro grande. Os repasses do FPE representam dinheiro de verdade que, se bem aplicados, vão fazer a diferença diretamente na vida da população”, disse Requião Filho.

Vale lembrar que após as eleições, Ratinho Jr. enviou emissários para pressionar o TJ a abrir mão dos R$ 202 milhões da parte do FPE que cabe ao Judiciário. À época, o desembargador Adalberto Xisto Pereira não pareceu convencido a aceitar o pedido do governador eleito.

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