O prefeito Rafael Greca (PMN) já deve ter percebido que não será tão fácil aprovar o projeto que acaba com os cobradores no transporte de Curitiba. Na sessão da CCCJ da Câmara desta semana, de novo a proposta emperrou – e sem que isso tenha um dedo sequer da oposição.
Quando o problema é a oposição, é fácil passar por cima: os gatos pingados não chegam nem perto de meia dúzia atualmente. Mas é a própria base de Greca que está sem saber direito se segue ou não a orientação da prefeitura.
Na comissão, Tico Kuzma (Pros) apresentou um substitutivo geral prevendo que, ao contrário do que deseja o Executivo, os cobradores só serão substituídos à medida que forem naturalmente saindo das empresas (por morte, aposentadoria, demissão) ou se arranjarem outra função no sistema.
A proposta ganhou apoio de Felipe Braga Côrtes (PSD), mas causa arrepios na prefeitura. Líder de Greca, Pier Petruzziello (PTB) deu instruções para que o projeto original seja aprovado: com a extinção imediata de todos os cargos de cobrador.
O que está em jogo, além dos empregos, é o preço da tarifa. A prefeitura teme ter de dar reajustes perto da tentativa de reeleição, no ano que vem.