A comparação entre dois números apresentados pelos bolsonaristas mostra como é estranha a matemática de quem crê no capitão. Por um lado, temos a curiosa fortuna de Fabrício Queiroz. Por outro, a humílima campanha do PSL para a Presidência.
Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em um ano, segundo o Coaf. Mero assessor parlamentar, precisaria de uma renda mensal de pelo menos R$ 50 mil para justificar o valor (pensando que fossem R$ 600 mil entrando e R$ 600 mil saindo).
Sabe-se agora que Queiroz dia ter feito sua pequena fortuna comprando carros e revendendo depois de reformá-los. Alguém fez a conta de que, a um lucro de R$ 5 mil por automóvel, o sujeito teria de fazer 240 transações num ano, com 120 carros: basicamente uma a cada três dias, contando sábados, domingos e feriados.
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A história tem ainda outros furos: os repasses batiam com as datas de pagamento da Assembleia Legislativa do Rio, tinham como fonte assessores de Flávio Bolsonaro e, portanto, todos os carros teriam que ter sido comprados e vendidos para as mesmas pessoas – e nos dias em que elas recebiam seus salários.
Mas vale fazer uma outra comparação. A estranha contabilidade da campanha de Jair Bolsonaro para a Presidência fica ainda mais esquisita com os números de Queiroz. O capitão diz ter sido eleito gastando apenas duas vezes o amealhado pelo assessor de seu filho em um ano – teria virado presidente do Brasil por R$ 2,4 milhões, quando outros candidatos gastaram dezenas de vezes esse valor sem sair do lugar.
Se é improvável que Queiroz tenha recebido o dinheiro do jeito que falou, é igualmente implausível que uma campanha vencedora para o Palácio do Planalto custe tão pouco. No entanto, sabe como é: até prova em contrário, pelo menos para os bolsonaristas, são todos mitos, e estão dizendo a verdade.