Eleição de antigo vice de Derosso gera receio de retrocesso na Câmara

A eleição de Sabino Pìcolo (DEM) para a presidência da Câmara de Curitiba fez surgirem receios de que haverá um retrocesso no Legislativo municipal. Antigo vice de João Claudio Derosso, Sabino não estaria na mesma linha de raciocínio dos presidentes que ajudaram a Câmara a se livrar da má fama nos últimos anos.

Desde a queda de Derosso, em 2012, motivada por uma sucessão de denúncias por mau uso do dinheiro público, a Câmara fez uma escalada positiva no noticiário. Sabino assumiu interinamente, mas logo passou a bola para João do Suco, eleito para mandato tampão.

No mandato de João do Suco e de seus dois sucessores imediatos – Paulo Salamuni (PV) e Aílton Araújo (PSD) – houve melhoras significativas nos sistemas de transparência e algumas medidas importantes anticorrupção, como o fim dos contratos de publicidade que deram origem a um dos escândalos.

O mandato de Serginho do Posto (PSDB) também não sofreu denúncias, mas acabou marcado pela violência da votação do ajuste fiscal de Rafael Greca (PMN) e pela solução antidemocrática de levar as sessões temporariamente para um bunker policialesco na Ópera de Arame.

Sabino era próximo de Derosso – não foi à toa que chegou à sua vice. Enfrentou denúncias informais por ter carreado dinheiro público, via emendas, para o hospital de sua esposa. Nas últimas disputas, esse passado impediu sua eleição. Agora, chegou a vez do vereador comandar o Legislativo.

Será de ver se ele manterá a nova tradição de transparência ou se o estilo Derosso, que governou a Casa por uma década e meia, volta a operar.

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