A Secretaria Municipal de Saúde já tem em mãos indicadores do impacto dos dois anos de pandemia na saúde alimentar e nutricional nos curitibinhas. Um estudo apresentado ao Conselho Municipal de Saúde aponta que as crianças da cidade com idade entre 0 e 5 anos tiveram “aumento dos indicadores que representam déficit nutricional”. O índice de crianças nessa faixa etária com baixo peso aumentou 2,43 pontos percentuais de 2019 a 2021.
Dados da série histórica mostram que o índice estava estabilizado em torno de 4,5% desde 2011, mas saltou para 6,94% em 2021. Houve também um aumento no índice de crianças com baixa estatura, que cresceu 2,39 pontos percentuais no período.
Os dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) também aponta que entre as crianças de 5 a 9 anos houve aumento nos índices de obesidade. Entre esse grupo, a mudança foi mais acentuada, com crescimento do índice de obesidade de 6 pontos percentuais de 2019 a 2021 (de 15,95% para 22%). Nesse caso também havia uma certa estabilidade nos índices antes da pandemia, com uma mudança brusca de 2020 em diante.
O aumento do índice de obesidade se repetiu também entre adolescentes de 10 a 19 anos e adultos de 20 a 59 anos. Entre os adolescentes, houve aumento de 2,6 pontos percentuais no índice de sobrepeso entre 2019 e 2020, mas também um recuo de 1,4 pp de 2020 para 2021. Já o índice de obesidade aumentou 5,85 pp de 2019 a 2021.
Entre os adultos, o índice de obesidade que já vinha aumentando desde 2001, subiu 3 pp, enquanto o de sobrepeso permaneceu relativamente estável. O SISVAN considera obesidade o indivíduo com Índice de Massa Corporal superior a 30 Kg/m2.
Na análise dos dados, porém, os técnicos da SMS indicam que houve redução no atendimento das unidades de saúde por conta da pandemia, com atendimento de quadros mais agudos, o que pode ter impactado os resultados obtidos. “Esse fator refletiu em uma redução do número de dados analisados em relação a anos anteriores influenciando os resultados”, destaca o relatório.