O PSDB tenta viabilizar uma candidatura alternativa no Paraná capaz de enfrentar o governador Ratinho Jr. (PSD) e o ex-governador Roberto Requião (PT). Para isso, o partido conta com a liderança do ex-prefeito de Guarapuava e pré-candidato ao governo Cesar Silvestri Filho. Nesse contexto, o principal desafio da terceira via no estado será conquistar apoios na base de Ratinho Jr. para as eleições de outubro.
A maioria dos partidos, prefeitos e deputados que apoiavam o ex-governador tucano Beto Richa migraram para a base de Ratinho Jr. Durante a janela partidária (período em que os parlamentares podem trocar de partido), a bancada do PSD cresceu de cinco para 16 deputados na Assembleia Legislativa. Dois deles, Ademar Traiano (presidente da Assembleia) e Paulo Litro, deixaram o PSDB. Outros cinco trocaram o PSB (que deverá apoiar a candidatura de Requião ao governo) pela legenda de Ratinho.
“Pouco realizador”
Para tentar viabilizar sua candidatura pelo PSDB, Silvestri Filho deixou a presidência do Podemos no Paraná em janeiro deste ano. Agora, ele reconhece que disputa espaço no mesmo campo do governador. “É um campo político amplo, com o mesmo espectro ideológico do atual governador. O que nos difere é a trajetória e a visão de governo. O Ratinho virou governador sem ter passado por um cargo executivo. É um governo pouco realizador”.
Com experiência como prefeito de Guarapuava de 2013 a 2020 e como deputado estadual entre 2011 e 2012, Silvestri diz não acreditar em um quadro de polarização entre Ratinho Jr. e Requião na disputa pelo governo. “O que temos é o predomínio de figuras mais conhecidas. Com a intenção de votos dos dois, não dá para dizer que a situação está consolidada. O índice de aprovação do Ratinho Jr. é muito inferior ao do Beto Richa quando foi reeleito”.
“Há espaço para uma candidatura que não seja a do atual governador nem a do Requião, que limitou seu campo ao subir no palanque do PT”.
Cesar Silvestri Filho, pré-candidato do PSDB ao governo do Paraná
Ainda é cedo
O tucano avalia que é cedo para falar em quais partidos poderiam compor uma aliança. “Mas confesso que não tenho muitas expectativas em relação a isso. A gente sabe que as benesses acabam sendo muito atrativas. Estou mais preocupado em rodar o estado e mostrar que existe uma alternativa”, disse. “O PSDB nunca participou do governo. Percebo que não há rumo no atual governo”.
Depois de oito anos no poder no Paraná, o PSDB passou por um esvaziamento após o governo de Beto Richa. Atualmente o PSDB tem três deputados estaduais: Mabel Canto, Michele Caputo e Cristina Silvestri (mãe de César Silvestri Filho). O único deputado federal é Valdir Rossoni. Beto Richa deverá ser candidato a deputado federal em outubro.
Sem definição
A dificuldade parar viabilizar uma candidatura da terceira via também é nacional. O PSDB não conseguiu unir o partido em torno do nome do governador de São Paulo, João Doria, que venceu as prévias da legenda em novembro do ano passado.
Além disso, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite também tenta articular sua candidatura e teria apoio do ex-presidenciável Aécio Neves. No fim, o principal problema para a terceira via é consolidar sua base de apoio, já que os partidos do centrão e da direita deverão apoiar a reeleição de Bolsonaro.
Espaço
Sobre as eleições, Silvestri Filho diz que aguarda uma definição do PSDB nacional em relação à disputa presidencial. Para ele, uma candidatura alternativa teria espaço junto à direita, pois o governo de Jair Bolsonaro não teria avançado na agenda liberal.
“No campo federal houve um posicionamento muito conservador na pauta de costumes, mas pouco liberal na pauta econômica. As reformas nas quais tínhamos que avançar, a trabalhista e a tributária, não avançaram. As privatizações não tiveram sequência. Do ponto de vista econômico não se avançou”, disse o pré-candidato ao governo do Paraná.
Sobre o/a autor/a
Já eu o admiro. Tranquilamente se elegeria Deputado Estadual ou Federal, mas está indo atrás do seu sonho. A propósito, fazia tempo que não via um ex-prefeito bem avaliado se lançar ao executivo estadual, dando opção além dos velhos nomes.
Na minha opinião Cesar Silvestre perdeu a oportunidade de estar por cima da Politica do Estado em sua região, poderia fazer parte dessa juventude que ai está com toda credibilidade com o eleitor Paranaense na batuta do Governador Ratinho Junior, com a história da família principalmente do Pai Cesar Silvestre seria eleito em casa tomando chimarrão QUE PENA FICA PRA DEPOIS