Sindicato denuncia sobrecarga de trabalho dos médicos mesmo após Justiça determinar mais tempo para consultas

Vara do Trabalho determinou intervalo de 20 minutos entre as consultas, mas sindicato diz que várias unidades continuam marcando atendimentos a cada 15 minutos

Em janeiro deste ano, a 20.ª Vara do Trabalho de Curitiba concedeu uma liminar ao Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) determinando a redução da sobrecarga dos médicos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba. De acordo com a decisão, a Fundação Estatal de Atenção em Saúde (Feas) deveria agendar, no máximo, um paciente a cada 20 minutos. Mas, segundo o Simepar, não é isso que ocorreria em várias unidades de saúde da capital.

Na última semana, o sindicato voltou à Justiça apresentando provas de que a Feas está descumprindo a decisão.

O Simepar apresentou agendas de médicos que atuam em diversas regiões da cidade, que comprovariam consultas sendo agendadas a cada 15 minutos.

Conforme o sindicato, o Conselho Federal de Medicina (CFM) defende que somente o médico tem liberdade para decidir quanto tempo levará cada consulta, e esse tempo dependerá da complexidade do caso em atendimento.

“Para muitos casos é pouco tempo, dependendo da especialidade. O Conselho Federal de Medicina orienta, por exemplo, que uma consulta inicial em neurologia tenha 45 minutos. Claro que é diferente de atender um paciente que tem dor de garganta, mas em geral 15 minutos é pouco”, explicou ao Plural o cirurgião-geral Alceu Fontana Pacheco Neto, diretor do Simepar e funcionário da Feas.

O Simepar não tem um levantamento específico sobre as regiões onde mais ocorrem descumprimento da decisão, mas o volume de denúncias dos médicos é maior no distrito sanitário do Pinheirinho.

“Muitos dos gestores dizem que não foram notificados sobre a decisão, mas isso não os isenta de cumprir porque já tem tempo que a liminar foi deferida”, critica o médico.

A Prefeitura disse, em nota que, “como a questão foi judicializada, a Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas) não considera pertinente se manifestar sobre o assunto fora dos autos do processo. A fundação ressalva, entretanto, que está cumprindo integralmente a liminar. Uma audiência judicial vai tratar do assunto nos próximos dias”.

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