“Morte no Nilo” é um belo filme e honesto na proposta de entreter o público

O famoso detetive criado pela dama do crime Agatha Christie está de volta, mais uma vez pelas mãos (e pelo bigode) de Kenneth Branagh

Cenas em preto e branco abrem a nova adaptação de “Morte no Nilo”, o romance célebre de Agatha Christie (1890–1976). A câmera percorre trincheiras lamacentas localizadas em campos de batalha na Bélgica, durante a Primeira Guerra Mundial. O líder do batalhão belga hesita em seguir uma ordem, mas um jovem Hercule Poirot demonstra perspicácia e ajuda o comandante. Vitória e perdas. A vida é marcada pelo que não pôde ser evitado.

A bela fotografia em preto e branco é substituída pela cor, em um tom pastel. As cenas seguintes revelam algumas das características do mais conhecido personagem da dama do crime: ele mesmo, monsieur Poirot.

Um salto temporal e estamos em 1937, em Londres, mesmo ano em que Christie publicou “Morte no Nilo”. Coincidência. Personagem constante na obra da escritora inglesa, Poirot é um dos dois detetives mais famosos do mundo (o outro é um certo Sherlock Holmes). Kenneth Branagh, que também dirige o filme, volta a interpretar Poirot e está perfeito no papel, com sotaque belga, bigode e tudo. Branagh já havia dirigido e estrelado “Assassinato no Expresso do Oriente”, de 2017.

Personagens

Em uma boate londrina, aos poucos os demais personagens começam a surgir na tela. Tudo sob o olhar atento do detetive astuto. Os namorados Simon Doyle (Armie Hammer) e Jacqueline de Bellefort (Emma Mackey) protagonizam uma dança para lá de sedutora. A chegada de Gal Gadot, a milionária Linnet e amiga de Bellefort, é a tragédia anunciada.

Gal Gadot, Emma Mackey e Armie Hammer, em cena de “Morte no Nilo”. (Foto: Divulgação)

Mais um salto temporal e vemos Simon e Linnet agora recém-casados. A festa é no Egito. Os “amigos” estão lá. A ex-amiga também. A fotografia muda, as cores estão mais quentes. Influência do deserto.

A trama, com suspense, mistérios e intrigas, bem ao gosto de Agatha Christie, leva todos a uma viagem de navio pelo Rio Nilo. O cruzeiro toma outro rumo com a chegada de Bellefort. Discussões e tiros. Temos a primeira morte. Quem teria cometido o crime? Esse é mais um caso para Hercule Poirot.

Talvez influenciado pelo ritmo suave das águas do Nilo, o filme fica um pouco mais lento. São muitas as variáveis e os suspeitos. Todos têm motivos para ter cometido o crime. O detetive começa a elaborar suas teses e…

Esse novo “Morte no Nilo” remete também à primeira adaptação do livro para o cinema. Em 1978, Peter Ustinov era Hercule Poirot. Quem assistiu à primeira versão ou leu o livro sabe o que acontece no fim, mas vale ressaltar que o diretor Branagh, que concorre ao Oscar deste ano com “Belfast”, consegue prender o espectador até o fim.

Cinema

“Morte no Nilo” estreia nos cinemas nesta quinta-feira (10).

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