Empresa curitibana leva economia circular a sete estados do Brasil

Conceito associa desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais de modo a depender menos de matéria-prima virgem

Apenas 9% dos 92,8 bilhões de toneladas de minerais, combustíveis fósseis, metais e biomassa que entram na economia são reutilizados anualmente. Os dados são do relatório da Circle Economy, um grupo apoiado pelo Meio Ambiente da ONU e pelo Fundo para o Meio Ambiente Global. Uma das soluções para mudar este cenário é a chamada economia circular,  conceito que associa desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais de modo a depender menos de matéria-prima virgem. 

É implantando este modelo na indústria que atua o Grupo Kapersul Waste Manegement, fundado há 40 anos na Região Metropolitana de Curitiba. Atualmente, o grupo já atua em sete estados do Brasil e tem clientes em diversos segmentos industriais, de convertedores de embalagens e cosméticos, alimentos, gráficas, automotivo, metalurgia, varejo, logística entre outros.  

Entre os clientes que já conquistaram o selo Aterro Zero – quando há alto índice de reutilização dos materiais – estão o Parque Estadual de Vila Velha (Ponta Grossa –PR) e sedes das multinacionais Berry Global (São José dos Pinhais-PR), Lear (Joinville-SC) e Faurecia (São José dos Pinhais – PR). 

O fundador Lauro Furuta era consultor e percebeu que poderia profissionalizar a gestão de resíduos no Brasil. Foi o início do movimento por uma nova consciência ambiental na indústria paranaense. 

No início, o trabalho era com coleta e reciclagem de aparas de papel. Logo Sr. Lauro percebeu a necessidade de trabalhar com o que havia de mais moderno e foi pioneiro em trazer a primeira prensa horizontal de papel para o país. Há 3 anos a marca KWM foi adotada para integrar as várias operações do grupo. 

Desde então passou a operar nos dois extremos do país para se aproximar ainda mais dos clientes. Ao longo dos anos a família aumentou agregando as empresas Plaskaper, Koppisa, Kover, SG, Seletiva Papeis, Kaper Clean, KAF, Performa, Skraper, Ecolog e Kaperpack. 

“A KWM cresce dois dígitos em faturamento por ano e diversifica sua atuação de forma constante. Há 40 anos a empresa surgiu para atender especificamente o mercado de papel e hoje recebe todos os tipos de resíduos, verticalizando boa parte da reciclagem e fortalecendo cada vez mais destinações que não sejam apenas o aterro. Nossa estrutura permite fechar o ciclo e criar uma cadeia completa de Economia Circular”, explica Marcus Machado, Sócio Diretor da KWM. O grupo conta hoje com mais de 500 colaboradores e atende mais de 750 clientes.

Um dos trabalhos é desenvolvido com a Cervejaria Ambev Águas da Serra. O projeto desenvolveu contentores produzidos a partir do plástico de garrafeiras descartadas, popularmente conhecidas como engradados. O processo envolve triagem, reciclagem e transformação. 

Os resultados vão além do reaproveitamento e da economia de matéria prima. Os novos produtos, palpáveis, trazem a mensagem de sua origem para todos envolvidos na produção industrial, mostrando um exemplo prático de economia circular. 

“O resultado ficou muito bonito e todo mundo comprou a ideia, por ser reciclado, ter uma história de sustentabilidade dentro da fábrica, feito com produto nosso mesmo. Isso mostra o cuidado com o material que temos. A ideia trouxe o pessoal para o jogo, com aceitação total. Conseguimos demonstrar que, quando a coleta seletiva segue de forma correta, é possível fazer outros produtos. Os coletores de recicláveis e outras pessoas envolvidas no processo aderiram, postando fotos em redes sociais, divulgando a iniciativa”, comemora Marianna Ponce, Supervisora de Meio Ambiente da Cervejaria Ambev Águas da Serra.  

Para Juliana Menegasse, Gerente de Marketing da KWM, a opção de transformar o resíduo em contentores foi muito feliz, já que toda operação industrial utiliza muito esse tipo de equipamento para armazenamento e transporte de resíduos nas operações.

“É importante escolher projetos de economia circular que contemplem produtos feitos em escala e que tenham sinergia com a operação e o negócio de nossos clientes. A Ambev se mostra extremamente aberta a novas ideias com projetos de sustentabilidade. A empresa trabalha, de fato, para que não sejam implementadas ações isoladas, e sim uma reunião de esforços para incorporar economia circular no dia a dia de suas operações”, complementa Menegasse.

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