Rios voadores, o tesouro que cruza o céu do Brasil

O fenômeno integra o ciclo da água e interfere diretamente no regime de chuvas do país

Quando se pensa na água no planeta Terra, o mais comum é elencar locais e formas onde ela pode ser encontrada: rios, oceanos, mares, chuvas, geleiras… Depois pensamos nos lugares onde não se conseguimos ver, como as águas subterrâneas, com a ampla utilização do lençol freático, a camada mais rasa desse tesouro escondido. No entanto, há algo que muita gente nem conhece e que raramente é mencionado: os rios voadores. Para entender o que são e como eles fazem parte do ciclo hidrológico ou ciclo da água, primeiro é preciso saber como acontece a verdadeira viagem que as águas realizam para que esse esquema se complete.

De forma resumida, a água no estado líquido evapora. Nesse estado gasoso, ela se acumula para depois se condensar nas nuvens e, por fim, voltar ao estado líquido, em forma de chuva, reiniciando o ciclo.

É no estado gasoso que a água forma os chamados rios voadores, compostos por massas de ar carregadas de vapor de água, muitas vezes acompanhadas por nuvens, que vão sendo levados pelos ventos. Essas correntes de ar cruzam o Brasil carregando umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país.

Fundamental para que os rios voadores existam, a floresta amazônica funciona como um tipo de bomba d’água, ao puxar para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano Atlântico e carregada pelos ventos. Essa umidade cai como chuva sobre a floresta e é devolvida à atmosfera por meio da transpiração das árvores. Assim, o ar é sempre recarregado com mais umidade, levada pelos rios voadores rumo ao oeste para cair novamente como chuva mais adiante, alimentando o regime de chuvas e impactando diretamente no clima do Brasil. Um ciclo que existe há milhões de anos, mas que pode ser alterado devido à devastação ambiental provocada pela ação humana, levando à escassez de água, como os visitantes poderão ver no Espaço o “Água é preciosa” do Museu Planeta Água.

O espaço dispõe de recursos analógicos e digitais, em que a interatividade é um carro-chefe, no primeiro espaço pedagógico e cultural destinado à temática água de Curitiba.

O museu será aberto ao público em geral em 1º de novembro, após passar por um período de testes, recebendo turmas agendadas de escolas desde 1º de setembro. O atendimento a todos os públicos também precisa ser agendado previamente, na site do espaço na internet, acessando museuplaanetaagua.org.br.

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