Vereador quer que bares e restaurantes possam usar vagas vivas em Curitiba

A ideia de Pier Petruzziello é permitir que espaços ao ar livre se tornem extensão de bares e restaurantes

O vereador Pier Petruzziello (PTB), líder do prefeito Rafael Greca (DEM) na Câmara Municipal, apresentou um projeto de lei para recriar as vagas vivas, isto é, transformar vagas ociosas de estacionamento em extensões ao ar livre de bares e restaurantes.

A ideia é que esses espaços, também conhecidos como “parklets”, sejam usados pelos empresários para instalar nas vias públicas bancos, mesas, cadeiras, guarda-sóis e outros elementos para uso recreativo, coletivo, de manifestações artísticas e até aparelhos para exercícios físicos.

Para Petruzziello, a proposta vai ajudar os empreendimentos gastronômicos na retomada pós-pandemia. “A ideia é que os parklets sejam utilizados pelos comerciantes sem custo, para que tenham uma espécie de contrapartida do poder público e consigam superar este difícil momento”, diz o texto.

Entidades do setor da alimentação saudaram positivamente a iniciativa. “É melhor ter as pessoas num ambiente ao ar livre do que enclausuradas”, diz Fábio Aguayo, presidente da Abrabar (Associação de Bares e Casas Noturnas).

Para Nelson Goulart, presidente da Abrasel (Associação de Bares e Restaurantes), os parklets “deixam a cidade mais viva e aumentam a segurança”.

Na justificativa do projeto, Petruzziello cita algumas cidades onde os parklets foram criados: além da pioneira São Francisco, ele menciona Boston, ambas nos Estados Unidos, Puebla de Zaragoza, no México, Vancouver, no Canadá, e Paris, na França.

Curitiba também já instalou vagas vivas na gestão de Gustavo Fruet (PDT), entre 2014 e 2017, mas sem grande sucesso. Parklets apareceram na praça Generoso Marques, na avenida Cândido de Abreu, na avenida Vicente Machado, e ao lado do Mercado Municipal.

O espaço da praça se tornou rapidamente um mocó para usuários de drogas, além de alvo de atos de vandalismo, e foi desmontado pela prefeitura dois anos depois, em novembro de 2017. O do Mercado Municipal foi destruído por um carro, em janeiro de 2018, menos de um ano após a inauguração. O único que sobrevive é o do Centro Cívico, que abriga dois bancos e um bicicletário.

Em nota, o Ippuc afirmou que após as primeiras experiências com as vagas, definiu um novo padrão os projetos. Leia abaixo a nota na íntegra.

O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) definiu um novo padrão de estrutura para as chamadas “vagas vivas”, mobiliário urbano de caráter temporário destinado ao uso público, instalado em vagas de estacionamento adjacente ao passeio.

Devido desenho e ao tipo de material utilizado no piloto das vagas vivas, predominantemente madeira, algumas unidades instaladas na cidade deixaram de atender ao objetivo da oferta de um local de convívio aos habitantes. Inspiradas nos “parklets”, as primeiras estruturas implantadas acabaram deterioradas pela ação do tempo, com a exposição à chuva e ao sol, e sendo utilizadas como esconderijo de drogas e depósito de lixo, o que fez reduzir, inclusive, a demanda pela instalação daquele modelo.

Para ampliar os espaços de convivência na cidade e a estrutura voltada à caminhabilidade e à ciclomobilidade, a Prefeitura já tem em curso o Projeto Caminhar Melhor, com investimentos de R$ 40 milhões.

Dentro deste contexto, estão previstos padrões de mobiliário para que os equipamentos não se transformem numa estrutura obsoleta ou num espaço inseguro a quem utiliza e ao restante da coletividade.

A proposta é a de utilização de materiais mais resistentes ao tempo e que mantenham um padrão já aplicado em Curitiba. Os espaços continuarão sendo públicos, para o uso de todos os habitantes, e com os solicitantes sendo responsáveis pela manutenção.

O desenho proposto aos equipamentos de uso público, que passarão a ser denominados de Espaços de Convivência, é similar ao de algumas estruturas já existentes em alguns locais da cidade, com mesas localizadas num espaço reservado contornado por gradil de floreiras.

Nessas áreas de estar haverá mesas, cadeiras e também paraciclos.

Cabe ao poder público definir o local de implantação e conceder a permissão ou não o uso do espaço, orientar sobre o padrão arquitetônico a ser seguido e fiscalizar o bom uso dos espaços.

Para o projeto de revitalização da Rua Prudente de Moraes, que integra o Caminhar Melhor, também estão previstos Espaços de Convivência, dentro do conceito da transformação de vagas destinadas a automóveis em pontos de encontro para as pessoas. As vagas serão eliminadas de um dos lados da rua e as calçadas serão estendidas ampliando o espaço do passeio para a circulação, bem como áreas para a colocação de mesas pelo comércio.

Também segue o mesmo conceito o projeto do boulevard da General Carneiro ao lado do Mercado Municipal.

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