Tribunal de Justiça nega habeas corpus a Jorge Guaranho e testemunhas depõem em audiência

Nesta semana testemunhas da defesa do acusado bem como da vítima, Marcelo Arruda, foram ouvidas em Foz do Iguaçu

O Tribunal de Justiça do Paraná negou o pedido de habeas corpus da defesa do policial penal Jorge José Guaranho, autor do assassinato do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda. Guaranho, desta forma, segue preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

Nesta semana ocorreram duas audiências de instrução, em Foz do Iguaçu. Testemunhas de defesa e de acusação foram ouvidas, mas o réu, embora tenha acompanhado os trabalhos, não prestou depoimento. Isso ocorreu porque os advogados de defesa aguardam laudos complementares do processo. A previsão é de que Guaranho deponha no dia 28 de setembro.

O acusado alega que não se lembra dos fatos no dia em que assassinou Marcelo Arruda. A vítima estava em sua festa de aniversário de 50 anos, cujo tema era do PT, quando o autor invadiu o local e ambos discutiram. Antes de atirar contra o tesoureiro Guaranho gritou “aqui é mito”, se referindo ao presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem é apoiador.

A perícia no celular do acusado aponta que ele baixou músicas relacionadas ao presidente Bolsonaro antes de invadir a festa. Marcelo Arruda e Guaranho discutiram e a vítima jogou areia contra o carro do acusado, que deixou o local, mas disse que retornaria.

Mesmo ferido, Arruda conseguiu revidar e evitou que mais pessoas fossem mortas na festa. Ambos foram encaminhados ao hospital, mas o petista morreu no dia 10 de julho, horas depois de ser baleado.

A acusação fala em motivação política para o crime, já que o acusado não conhecia ninguém na festa e só foi até o local, uma associação em Foz do Iguaçu, quando soube do evento por um terceiro, que tinha acesso às câmeras de segurança.

Depoimentos

Entre as pessoas que foram ouvidas estão a chefe de Guaranho, que trabalhava no Complexo Penal de Catanduvas, a mãe e a esposa dele. Nenhuma delas presenciou o crime. A mãe o acusado disse que o filho agiu em legítima defesa.

Já pela acusação, entre outras, foram ouvidas a companheira de Arruda, Pâmela Silva, e outras testemunhas que estavam na comemoração.

“Nós não sabemos se ele [Guaranho] vai depor, mas as evidências deixam claro que se trata de um crime político, inclusive ele baixou as músicas do Bolsonaro antes de ir ao local. Então esperamos que vá à Júri Popular”, destacou o advogado assistente da acusação, Daniel Godoy.

Manifestação

Amigos e familiares de Marcelo Arruda estiveram em frente ao Fórum de Foz do Iguaçu para acompanhar as oitivas. Com faixas em memória da vítima eles pediam justiça e paz. Eles pretendem repedir a mobilização na próxima audiência, quando Guaranho será ouvido.

Parentes do acusado também estiveram no local prestando apoio ao policial penal.

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