Na semana em que determinou o aumento da tarifa do transporte coletivo da Rede Integrada de Transporte para R$ 6, a prefeitura de Curitiba usou a tarifa técnica (aquela que seria o valor ideal para manter o equilíbrio financeiro do sistema) para justificar a mudança. O site da Urbs, entidade que gere a RIT, porem não tem dados atualizados sobre o cálculo. Os dados de custos e o cálculo são essenciais para dar transparência ao sistema.
Segundo a prefeitura, a tarifa técnica estaria em R$ 7,05. O valor difere do último dado disponível no Portal de Transparência da URBS, que data de junho de 2022, quando a tarifa técnica estava em R$ 6,8717. Também difere da última resolução da URBS que altera o custo por quilômetro para a RIT de R$ 6,5620 (vigente em novembro de 2022) para R$ 7,4991.
Outros dados relevantes, como a quilometragem por tipo de veículo, salários e custos de insumos também estão defasados. A média mensal de quilometragem por veículo disponível para consulta no site é e agosto de 2021. Os custos de insumos e salários são de março de 2022. O detalhamento do cálculo da tarifa é de junho de 2022.
Sem dados atualizados em mãos tanto a população, quanto pessoas e organizações responsáveis pela fiscalização do RIT ficam em desvantagem ao analisar os argumentos da prefeitura de Curitiba. Depois de anunciado o reajuste, um grupo de parlamentares da oposição ao prefeito Rafael Greca (PSD) entrou com um pedido de liminar na Justiça do Paraná para barrar a mudança, mas não obteve sucesso.
Tarifa técnica “saltou” 14% em dezembro
O portal da URBS mantém em outra seção, fora do Portal de Transparência, as resoluções publicadas que disciplinam os contratos com as empresas que operam o IT em Curitiba. Esses documentos mostram que em 2022 a tarifa técnica oscilou entre R$ 6,56 e R$ 6,87 até novembro. Em dezembro, porém, o valor sofreu um reajuste de 14% e subiu para R$ 7,4991.