Seis em cada 10 motoristas de aplicativo de Curitiba são ‘Amigos do Guerra’ 

São pelo menos 16 mil motoristas de aplicativo curitibanos que se autodenominam Amigos do Guerra ou Guerra Drivers

Quem circula pelas ruas de Curitiba certamente já se deparou com pelo menos um adesivo colado no vidro traseiro de um carro com a inscrição “Amigos do Guerra”. Se fossem amizades de fato, esse seria provavelmente o sujeito com mais amigos na cidade. Mas quem exatamente é o tal Guerra, responsável pelos adesivos? E o que significa ser “amigo” dele?

Localizado em um escritório no bairro Parolin, Sérgio Guerra, fundador do grupo Guerra Drivers, supervisiona seus amigos, ou melhor, colegas de profissão. São pelo menos 16 mil motoristas de aplicativo que se autodenominam Amigos do Guerra. “Atualmente, uma média de 10 novos motoristas ingressam no grupo diariamente. Temos agora 16.553 motoristas no total”, afirma Guerra.

Esses motoristas fazem parte de uma “associação” que tem como objetivo a proteção mútua e a garantia da segurança dos motoristas de aplicativo. Eles se comunicam e acompanham a localização uns dos outros por meio de um sistema de geolocalização e transmissão de rádio. “Temos dois aplicativos de rádio e um de geolocalização. Tudo é em tempo real”, diz Guerra, apontando para uma tela que mostra vários carros em movimento pelo mapa.

Sergio Guerra em seu escritório monitorando em tempo real motoristas de aplicativo integrantes do Guerra Drivers. Foto: Tami Taketani/Plural

Diariamente, Guerra monitora uma média de 500 veículos por hora e cerca de 70 motoristas passam pela sede a cada dia. Não há custos associados à adesão ao grupo, e a geração de renda para manter esse “empreendimento” vem da sede localizada no Parolin. “É isso que nos sustenta. As pessoas vêm aqui sem nenhuma obrigação, desfrutam de refeições, lavam seus carros, têm acesso a mecânicos, serviços de guincho e proteção veicular, e é essa gama de serviços que gera renda para o grupo”, diz Guerra.

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Além do serviço de lava-car e food truck, o espaço também conta com uma mesa de sinuca e uma sala maior onde os novos motoristas do grupo aprendem como se proteger nas ruas e quais códigos usar em cada situação. “Todos os motoristas do grupo passam por um processo de integração ao ingressarem. Ensinamos os códigos de segurança, como utilizar a geolocalização e o rádio, e explicamos as regras do grupo”, relata.

Os Amigos do Guerra utilizam cerca de 20 códigos diferentes, cada um designado para informar uma situação distinta, desde as mais perigosas até as de verificação. Guerra esclarece que os motoristas não são obrigados a usar o rádio e, muito menos, a memorizar os códigos.

Guerra admite que atualmente nem todos os adesivos espalhados por Curitiba estão colados em carros de motoristas de aplicativo, mas que é regra do grupo prestar auxílio a qualquer carro que tenha um adesivo do grupo.

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3 comentários em “Seis em cada 10 motoristas de aplicativo de Curitiba são ‘Amigos do Guerra’ ”

  1. Deixa adivinhar, vai ser candidato a vereador? Pq não vi nada de mais nesse suposto aporte aos motoristas, a exploração da Uber que deveria ser combatida pelos que se dizem defensores da classe fica por isso mesmo. Depois se elegem e fica tudo no ” Veja bem”
    A jornalista deveria focar no assunto que realmente interessa aos motoristas

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