São José dos Pinhais está sem ônibus na área rural

Greve de motoristas atinge todas as 17 linhas, sendo 4 urbanas

Sem o pagamento dos salários de março, os 90 motoristas da Auto Viação Sanjotur entraram em greve nesta terça-feira (13). Com a paralisação dos 31 ônibus da empresa, 17 linhas estão sem funcionar hoje, sendo 13 delas na área rural de São José dos Pinhais (SJP). Com isso, são prejudicados, ao menos, 7 mil usuários/dia.

A mobilização impediu a saída dos carros da garagem nesta manhã e a empresa aguarda decisão judicial para retomar os serviços. Não circularam hoje as linhas urbanas: São Marcos/Jardim Carmen, Jardim Itália, Jardim Eldorado e Colônia Rio Grande. As linhas rurais paralisadas atendem os bairros: Cachoeira, Agarú, Cotia, Campina, Marcelino, Campo Largo, Faxina, Malhada, Contenda e Roça Velha.

Procurada pelo Plural, a Sanjotur disse que está num déficit constante de orçamento e que não tem condições de pagar os salários, já que não recebe nenhum incentivo da Prefeitura desde o início da pandemia. Com a queda no número de passageiros – de 16 mil para 7 mil, segundo a empresa -, seria necessário um aporte de pelo menos R$ 300 mil mensais do Executivo para aliviar a defasagem. A Prefeitura ofereceu um valor 25% menor e não houve acordo.

De acordo com a Sanjotur, o Executivo teria proposto depositar um valor para subsídio até o dia 12 de março, o que não aconteceu e acabou ocasionando o atraso nos pagamentos – que atinge ainda outros 30 funcionários das áreas de limpeza, manutenção e administrativo.

Nenhum dos 31 ônibus saíram da garagem nesta terça (13). Foto: Sindimoc

Negociação

A negociação agora segue na justiça, na qual corre ação judicial da empresa contra a Prefeitura desde maio de 2020. A Sanjotur diz que também acionou a Justiça para a retomada da frota mínima de 30%, necessária para manter o transporte coletivo.

“Se não houver política pública de auxílio, o sistema de transporte vai colapsar. Temos 40 anos de empresa e nunca tivemos uma greve, ficamos fragilizados de chegar neste ponto, pois acreditávamos que teríamos outra tratativa, que temos tentado há um ano. Precisamos de um aporte para manter este serviço essencial para tantos outros essenciais poderem continuar.”

Para manter o transporte interbairros no período da greve, a Prefeitura abriu chamamento emergencial nesta terça para veículos escolares, vans, operadores de fretamento e carros de aplicativos/particulares. O custo do transporte terá valor máximo de R$ 10. Nos ônibus urbanos o valor da tarifa ao usuário é de R$ 4,05. Até o fim da tarde, a Prefeitura não tinha divulgado o balanço de quantos condutores fizeram o cadastro.

O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) diz que uma nova assembleia deve ser realizada nesta noite, mas se não houver pagamento nem proposta, a greve continua. “Mês passado já houve um atraso e pagaram aos poucos. Este mês, novamente, pagaram picado e só 30% até agora”, conta o presidente do sindicato, Anderson Teixeira.

Ele confirma que nunca houve greve na Sanjotur. “Sempre pagaram certo, nunca tivemos problemas, tinha greve em vários lugares menos lá, foi uma surpresa pra nós. Mas essa situação já vem de alguns meses. A alegação é de que não há como pagar sem o auxílio da Prefeitura.”

Anderson lembra que a Auto Viação São José, a outra empresa de transporte coletivo da cidade, que opera os ônibus metropolitanos, consegue operar com o apoio da Coordenação da Região Metropolitana (Comec), o que não acontece com a Sanjotur.

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