Por mais transparência, vereadores de Curitiba querem agilizar debate sobre câmeras corporais

Projeto de lei que quer garantir transparência no uso das body cams pode entrar em pauta semana que vem

Vereadores de Curitiba podem começar a analisar na próxima segunda-feira (24) o projeto de lei que regulamenta o uso das body cams Guarda Municipal. A intenção de agilizar o debate sobre o uso das câmeras corporais é estabelecer diretrizes e garantir transparência na execução do serviço, que já tem falhas antes mesmo de começar a ser operado na prática.

Nesta segunda, o Plural mostrou que o contrato fechado entre a prefeitura e o Instituto Curitiba de Informática (ICI) por um valor de quase R$ 10 milhões – sem licitação e bem mais caro que outras gestões – não está sendo cumprido. O cronograma de entrega dos equipamentos sofreu um revés, e nem 15% das câmeras estão à disposição. O prazo final para a entrega das 515 body cams terminou em 10 de setembro, mas o primeiro lote, com apenas 80 câmeras, só foi descarregado no último dia 30.

A gestão de Greca não se manifestou sobre o rompimento da cláusula contratual. Após a informação ser publicada, os vereadores Dalton Borba (PDT) e Renato Freitas (PT), autores do PL que trata do uso das câmeras pelos agentes de segurança do município, formalizaram pedido de inclusão da pauta no expediente da Casa.

Debate sobre câmeras corporais

Um dos pontos mais importantes da proposta é o que trata do tempo de armazenamento das imagens capturadas. Se o texto for aprovado, e sem mudanças, as filmagens terão de ser mantidas por até cinco anos. Pelo contrato entre prefeitura e ICI, este tempo é de apenas um mês, o que poderia gerar impasses.

Até hoje, a Secretaria Municipal de Defesa Social não se manifestou sobre como vai funcionar o acesso às imagens. Não se sabe, por exemplo, se os registros serão submetidos à legislação vigente ou a outros requisitos e restrições. O objetivo do projeto de lei em trâmite na Câmara é juntar as arestas deixadas soltas pela prefeitura.

Explicações

O parlamentar do PDT também submeteu nesta segunda pedido de informações oficiais sobre o descumprimento do contrato das body cams.  

“Pode haver uma falha no acompanhamento e na gestão desse contrato”, afirma Dalton Borba. O documento pede à prefeitura que explique, por exemplo, porque o contrato não está cumprido e quais as multas e cláusulas penais impostas pelo descumprimento contratual.

Defensor do uso dos equipamentos pelos agentes, o vereador disse que é preciso manter um contrato que, “de fato, atenda aos interesses públicos e não apenas ao texto frio da lei”, referindo à ausência de licitação na contratação do serviço.

“Uma ampla concorrência que pudesse, quem sabe, garantir mais qualidade por um menor preço seria também muito interessante”.

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2 comentários em “Por mais transparência, vereadores de Curitiba querem agilizar debate sobre câmeras corporais”

  1. Plural, Angieli Maros, obrigada por estarem escrevendo sobre esse assunto das câmeras corporais – especialmente diante de uma Guarda Municipal e uma Polícia Militar absurdamente violenta.
    Acompanho os debates sobre isso na CMC e o uso dessas câmeras em outras polícias ao redor do mundo – muitos países já usando há mais de 20 anos.
    Renato Freitas é um exímio jurista, ele apresentou a dissertação dele na Inglaterra há uns anos atrás e essa dissertação é a única no mundo sobre quebradas que tenho conhecimento.
    Quando o Rafael Greca anunciou a compra dessas câmeras – numa tática que pareceu mais pra silenciar Renato Freitas do que para mitigar a violência contra a população pela Guarda Municipal, Renato Freitas informou sobre a necessidade de se ter LEI regendo isso, e não deixar sob a boa ou má vontade do prefeito atual ou de prefeitos futuros.
    Sabendo que não será re-eleito, Rafael Greca tem usado 2022 para comprar mais de 1000 armas de alto calibre pra Guarda Municipal – e ainda mandou um diácono católico benzer essas armas. Isso em si já deveria ter sido o suficiente pro impeachment do Rafael Greca.
    É de extrema importância para a população de Curitiba de apoiar Renato Freitas em todas as esferas. Espero poder votar no Renato Freitas nas próximas eleições pra Prefeito de Curitiba – e pelo menos começarmos a ter uma Curitiba com menos violência policial.
    Precisamos também que pessoas trabalhando pra polícia sejam monitoradas, com exames toxicológicos e psiquiátricos periódicos.

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