Um idoso de 73 anos de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, relatou ter tido o atendimento descontinuado por uma médica depois de responder a quem votou para presidente da República nas eleições do último domingo (2). O caso foi na Unidade de Saúde da Família Vargem Grande e está sendo apurado pela prefeitura.
A situação teria ocorrido nesta terça-feira (4), dois dias após o pleito, e começou a circular nesta quinta (6) pelas redes sociais.
Segundo a nora, Alessandra Cristi Ferreira, o idoso compareceu à USF para uma consulta de rotina e já no início do atendimento foi interpelado pela médica sobre o voto. Quando ouviu o paciente dizer que votava em Luiz Inácio Lula da Silva, a médica teria amassado e jogado no lixo os exames e gritado com o paciente
“Depois que ele respondeu, ela amassou e jogou no lixo os exames e disse que ‘depois vai encher o país de médicos cubanos e eu quero ver’. Ele simplesmente catou os papéis e saiu sem falar nada. Não foi nem consultado. Na hora do almoço foi que minha sogra ligou para meu marido e contou a história”, diz a nora. “A gente ficou revoltado porque ele estava em um consultório médico. Ela não deveria ter perguntado nada a respeito de política. E se fez com ele, pode ter feito com muitos outros”.
A denúncia foi formalizada na Ouvidoria da prefeitura. A família também decidiu registrar um Boletim de Ocorrência.
A Secretaria Municipal de Saúde de Pinhais informou já estar a par da denúncia e que apura as informações para “elucidação do caso e possível abertura de Processo Administrativo”.
“A prefeitura ressalta ainda que os serviços prestados devem seguir rigorosamente suas naturezas técnicas, em consonância com o Estatuto do Servidor”, informa em nota. A profissional segue em atendimento normal na unidade de saúde.
Anti-PT
A médica acusada pelo idoso não é servidora, mas contratada em regime CLT para um cargo de médica da família para 40 horas semanais. O último salário bruto normal, segundo o Portal da Transparência do município, foi de R$ 17.436,99.
Nas redes sociais, ela diz ser formada em na Universidade Federal do Paraná e de direita. O perfil dela traz ainda as frases “comunismo é crime” e “contra a ditadura do judiciário”.
No Twitter, a profissional compartilha com frequência posts contra o candidato Lula – que disputa em segundo turno a presidência contra Jair Bolsonaro, do PL – e contra as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral. Há diversas fake news entre os conteúdos.
Uma das mais recentes – sobre uma suposta fraude que deu exatamente 129 votos a Jair Bolsonaro em todas as urnas de uma seção no Rio Grande do Sul – foi desmentida nesta quinta pelo portal UOL. Outra, de que a cidade de Barreiras, na Bahia, teria registrado número de votos em Lula superior à população do município, também foi considerada falsa pela CNN.
Rio Grande do Sul
Se confirmado o fato, não seria o primeiro. Em 2016, uma pediatra do Rio Grande do Sul teve de dar explicações ao Conselho de Medicina do estado por decidir interromper o acompanhamento de um bebê de um ano cujos pais eram vinculados ao PT.
À época, o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul deu respaldo à médica Dolores Bressan. A conduta, avaliou a entidade, estava de acordo com o Código de Ética Médica, que garante ao profissional exercer a profissão com autonomia, incluindo a possibilidade de recusar consultas, exceto em situações de urgência. O Conselho também arquivou a sindicância.
O caso do Rio Grande do Sul, no entanto, não foi no âmbito do SUS e, sim, envolvendo a rede credenciada de um plano de saúde privado.
Sobre o/a autor/a
Que venham os cubanos mesmo, pelo menos o povo é atendido com dignidade.
Esta médica precisa ser demitida já que é contratada. Quem ela pensa que é pra tratar as pessoas assim? Não honra a sua profissão, que no caso seria atender a todos sem distinção. Que absurdo!
Essa é a pior eleição que eu já vi na minha vida, esta brotando o de que há pior nas pessoas, por causa de 2 políticos que vivem sugando do povo a décadas e os bestas não enxergam isso.
O interessante uma pessoa curso superior, fazer um ato ridículo desse,. Será q se estivesse em uma cirurgia ia abandonar o paciente?