Pelo menos duas empresas do Paraná já foram denunciadas por constranger funcionários a votar em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições. Os dois casos foram levados ao Ministério Público do Trabalho e, em tese, podem levar as empresas a sofrerem sanções legais.
A primeira história ficou conhecida nesta quinta-feira (6), quando se soube que a Concrevali, de Jardim Alegre, ameaçou demitir 30% dos funcionários caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito no próximo dia 30.
A empresa emitiu um comunicado no Facebook afirmando que, em caso de vitória de Lula, reduziria o orçamento e que isso teria impacto no número de funcionários. A Concrevali é especializada na produção de concreto.
Nesta sexta (7), a empresa denunciada foi a Cerâmica Cidade Nova, do município de Sapopema. “Os empregados estão sendo ameaçados com demissões em massa caso o Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito no próximo dia 30”, diz nota emitida pelo PT.
Para o advogado do PT-PR, Luiz Eduardo Peccinin, “os empresários têm que entender que a liberdade do voto é um valor democrático fundamental e que deve ser respeitado. Usar empresas para amedrontar e ameaçar funcionários não é somente imoral, é crime eleitoral.”
“Já fizemos outras denúncias e vamos continuar fazendo. As empresas que insistirem em coagir seus funcionários e funcionárias a votar em Bolsonaro vão responder pelo crime. É inadmissível tal prática, fere a democracia, fere o direito de escolha dos cidadãos. Estamos de olho. Por eleições limpas”, declara Arilson Chiorato, deputado estadual e presidente do PT-PR
Em todo o país vêm surgindo casos como esse. No Pará, por exemplo, um empresário reuniu seus funcionários no pátio da empresa para oferecer R$ 200 a cada um caso Bolsonaro seja reeleito.
Em 2018, o supermercado Condor foi pego coagindo funcionários a votar em Bolsonaro por meio de uma carta do presidente do grupo, Joanir Zonta.
O mau caratismo empresarial e crônico no Brasil desde 1500 não muda, acredito que um dia isso pode mudar pois caráter é um valor que se constrói enquanto não se respeita a pessoa humana em sua totalida nada feito.