A casa que abriga a sede da reserva Nascentes do Rio Açungui, em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, sofreu um incêndio na madrugada desta terça-feira (23). A área de Mata Atlântica é mantida pela da Fundação Tavares Ferreira, e tem 786 alqueires (1.890.000 metros) de florestas com araucárias, destinadas a estudo e pesquisa. De acordo com o diretor da entidade, Carlos Ferreira, vizinhos da localidade avisaram do incêndio.
“Acreditamos realmente que foi uma uma retaliação porque tem cheiro muito forte de gasolina na nossa casa toda. Nós temos essa reserva há mais de vinte e dois anos. Todo mundo nos conhece, o trabalho que a gente faz junto aos organismos ambientais também é muito conhecido e de repente essa foi a retaliação. A casa só não foi totalmente destruída porque a caixa d’água explodiu e apagou uma parte do fogo. Mas o cheiro de gasolina lá dentro é muito forte. Tanto que o pessoal da polícia pediu que, enquanto a perícia não chegasse, para não entrar por risco de explosão”, disse.
O diretor também falou sobre os motivos que poderiam levar às supostas retaliações e que um livro em fase de conclusão foi perdido no incêndio.
“Nós somos ambientalistas aqui, tiramos todos os invasores da região. Pessoas roubam madeira, pessoas que estão caçando. Nós criamos aqui o CAPS, que é o Centro de Apoio e Pesquisa, onde a gente recebe pesquisa de todo o país e de fora também, já para ajudar a gente a cuidar dessa reserva. E o que também foi muito triste é que há seis anos eu estava fazendo um livro, que estava quase final e agora virou poeira”, lamentou Carlos Ferreira.
Além dos sinais de arrombamento na porta da frente e o cheiro de gasolina em toda a casa, os mantenedores da reserva relataram que não foi furtado nada da propriedade. A Policia Civil informou, por meio de nota, que “está apurando o caso e aguarda laudos periciais a fim de estabelecer a dinâmica do fato”.
É lamentável uma ocorrência dessas. A cada dia vivemos mais agressões que nos levam a imaginar o pior. Conheci essa sede quando visitei a reserva, um local aprazível e que permitia reuniões e estadia despreocupada, aconchegante e com uma visão para a paisagem que vem sendo mantida pelo trabalho da Fundação Tavares Ferreira, que tem se esforçado em conservar e preservar uma área de Mata Atlântica com importantes nascentes e uma biodiversidade magnífica.
Neste momento somos solidários ao Carlos Alberto Tavares Ferreira e equipe e esperamos que os órgãos responsáveis pela investigação possam esclarecer o quanto antes esse crime.
Lamentável estes fatos e pior é sabermos do pouco apoio que temos, nós proprietários de RPPNs.
Que os fatos sejam apurados e indentificados os autores e mandantes deste ato contra a cidadania ambientalista. Lamentável mesmo.