Impostos menores e publicidade podem reduzir passagem do ônibus, diz professor

Conselheiro da Urbs, Luís André Fumagalli falou ao Plural sobre a passagem de ônibus de R$ 6 de Curitiba

Redução de impostos, maior uso de publicidade nos ônibus, otimização do uso da frota. Esses são alguns dos meios que poderiam ser usados para baixar o preço da passagem de ônibus, tanto em Curitiba quanto em outras cidades, de acordo com o professor Luís André Fumagalli, que participou nesta terça (7) de uma live no Plural sobre o assunto. O tema voltou à tona depois que a Prefeitura de Curitiba anunciou o aumento da tarifa para R$ 6,00, na semana passada.

De acordo com Fumagalli, que é pós-doutor em Gestão Urbana e vem estudando o sistema de transporte coletivo de Curitiba desde 2018, a margem para reduzir a tarifa não é muito grande hoje. O custo do sistema, calculado em R$ 7,03 por passageiro, já obriga o poder público a colocar subsídios, e dificilmente as autoridades vão fazer um investimento muito acima do atual no sistema. Para Fumagalli, o que sobra são tentativas de diminuir custos.

Os impostos, principalmente aqueles aplicados sobre o combustível, um dos insumos mais caros do sistema, estariam entre os vilões do preço. “Hoje, o governo do Paraná dá 80% de desconto no ICMS. Mesmo assim, os 20% que restam são pesados”, afirma o professor. Para ele, o zeramento de ICMS e ISS poderia trazer vantagens importantes para o passageiro – até para que o ônibus não perca atratividade diante do Uber hoje.

“Hoje, se eu pego um ônibus a R$ 6 ainda é mais barato do que o Uber. Mas se você está em duas pessoas, pode ser que essa lógica não funcione mais”, afirmou o professor, em conversa com o jornalista Rogerio Galindo.

Segundo ele, a redução da frota em certos horários, que poderá ser facilitada pela tecnologia, permitindo acompanhamento da demanda em tempo real, seria uma das maneira spossíveis de não onerar mais o passageiro. Porque, caso não custe menos, o sistema continuará sempre exigindo investimento do cidadão, mesmo que não seja do passageiro.

“A gratuidade é possível”, diz ele. “Mas a gente precisa perceber que o sistema continua tendo custos, o que muda é de onde o dinheiro vem”, afirma o professor.

Conselheiro da Urbs, Fumagalli afirma que a Prefeitura deve fazer gestões em Brasília para que o governo federal arque pelo menos parcialmente com a diferença que existe hoje entre o que o passageiro para e o custo total do sistema. “Estamos falando de R$ 100 milhões por ano”, diz ele. “Se não puder assumir tudo, que o governo assuma pelo menos uma parte disso”, afirma.

Assista à entrevista completa aqui:

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3 comentários em “Impostos menores e publicidade podem reduzir passagem do ônibus, diz professor”

  1. João Carlos de Freitas

    A frase desse defensor dos patrões, posta na chamada do vídeo acima, revela o seu pensamento do fracassado neoliberalismo. Ele diz que o sistema precisa ser mais atraente, ora, se doação de 600 milhões e assunção de dívidas dos donos de ônibus pela Prefeitura não for atraente então não sei o seria atraente. Este comentário como como todos contrários ao representante dos ônibus será censurado, porque Plural é independente até certo ponto.

    1. Rosiane Correia de Freitas

      Oi João, você está equivocado. Seu comentário foi publicado. A publicação de nenhum comentário é instantânea porque todos passam por mediação. Att, Rosiane

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