Funcionários da Renault não aceitam proposta da empresa e mantêm greve

Empresa acatou cinco dos seis pontos apresentados pelos trabalhadores

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) realizou na manhã desta segunda-feira (16) assembleia, em São José dos Pinhais, na qual os participantes decidiram manter a greve de trabalhadores da Renault, que começou no último dia 6.

Os funcionários paralisaram a linha de produção porque estão insatisfeitos com a Participação nos Lucros e Resultados, que foi alterada por ajustes feitos pela montadora. Outro ponto é sobre o desligamento de 2 mil trabalhadores, que aderiram ao Plano de Demissão Voluntária.

Na última semana, o sindicato divulgou documento defendendo a necessidade de se rediscutir o Acordo Coletivo de Trabalho firmado em 2020, quando, após 21 dias de greve dos trabalhadores, a empresa cedeu e reviu as demissões de 747 trabalhadores. Na carta, o SMC menciona que a Renault “não manteve os empregos, como acordado e nem deu possibilidade dos trabalhadores de manterem um mínimo de suas condições econômicas”.

A empresa apresentou uma proposta na qual previa a revisão do referencial de produção, com a primeira parcela de R$ 13.750 com pagamento de R$ 6.019,38 (em maio), complemento da 1ª parcela, desde que a proposta fosse aprovada hoje. Também concordou com os trabalhadores quanto ao aumento no vale-mercado (chegando a R$ 850) e reposição da inflação.

O ponto divergente é, sobretudo, no Programa de Participação nos Resultados (PPR). O sindicato quer a garantia de um valor inicial de R$ 22,2 mil para 2022. A Renault, por sua vez, disse ao Plural que o pedido viola a legislação, que não permite a fixação de um PPR mínimo. Os trabalhadores discordam do posicionamento da montadora.

“Nós tivemos nos últimos dois anos uma perda salarial enorme dos trabalhadores da Renault, é a categoria, e a montadora que mais perdeu no Brasil, além de a PPR ter caído demais, tivemos perdas que vão acumular perto de 25%. Sem contar os mais de 2 mil trabalhadores que perderam o emprego e os que ficaram, perderam salário. Esse é o principal empecilho para a negociação”, destacou o presidente do sindicato, Sérgio Butka, por meio das redes sociais.

A Renault disse ainda que fez todos os esforços para que houvesse um acordo entre as partes. A empresa está mitigando o impacto financeiro da paralisação, mas ainda não apresentou números.

O sindicato não prevê data para que as atividades sejam retomadas.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima