Famílias da Nova Esperança sofrem por falta de creches 

Mães que criam seus filhos sozinhas sofrem sem ter onde deixar crianças para poderem trabalhar

Mirella Maria de 24 anos é mãe solo e vive na comunidade Nova Esperança em Campo Magro, região metropolitana de Curitiba. Em uma conversa com muitos risos de seu pequeno Joaquim de 1 ano e 3 meses de idade, ela conta as dificuldades da maternidade sem redes de apoio. 

Trabalhando como manicure em salões de beleza e artista fazendo shows como cantora, viu sua carreira despencar ao enfrentar a dura realidade de uma mãe pobre que mora na periferia; a falta de assistência social ela conheceu desde mais nova e sempre esteve presente em sua vida.

Uma mãe solo na sociedade brasileira já passa por várias dificuldades, e essa tarefa se torna mais difícil quando você vive em uma ocupação urbana. A falta de assistência pública para a comunidade está ligada a dificuldade que todas as ocupações urbanas passam em relação ao poder público. A comunidade Nova Esperança tem em torno de 1.200 famílias e a falta de creche é uma das maiores necessidades das famílias.

Quando Joaquim nasceu, Mirella ficou sem trabalho, ou seja sem renda, os salões não permitiam crianças; os shows, muito menos. Com quem Mirella deixaria seu filho? A família mora ao outro lado da cidade. Ela conta que procurou creche para matricular quando fez 2 meses desde então está na fila de espera – ou seja, há mais de 1 ano. A primeira infância, que vai até os 6 anos de idade, é uma etapa de muita potência e de desenvolvimento, que pode impactar em toda a vida do ser humano.

Se houvesse creche

Segundo Mirella, a existência de uma creche na região mudaria tudo. “Seria muito melhor, pois meu serviço não seria de mãe 24 horas. Eu desenvolveria melhor minha vida psicológica e financeira pra mim e para o Joaquim”, disse Mirella. 

Uma das barreiras que uma mãe solteira enfrenta é de buscar a sua própria autonomia, pois a forma em que nossa sociedade está organizada impõe barreiras econômicas e sociais para uma mulher criar seu filho sozinha. 

Este texto faz parte do projeto Periferias Plurais, em que o Plural convida jovens de Curitiba a falarem de suas vidas e de suas comunidades. O projeto tem apoio do escritório de advocacia Gasam.

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