Família de jovem em situação de rua morto por espancamento quer condenação do autor

Crime aconteceu em Campo Largo e uma pessoa foi indicada por homicídio qualificado

Há pouco mais de um mês morreu Washington Luiz Santos Campos, aos 26 anos, em Campo Largo. Campos era natural de São Paulo, mas estava em situação de rua. Ele foi vítima de espancamento e a família, mesmo à distância, pede justiça.

Desde os 17 anos Campos era dependente químico, o que fez com que passasse por diversas cidades do Brasil até chegar em Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). De acordo com a mãe ele, Edileine Freitas, que é assistente social, mesmo vivendo em situação vulnerável ele mantinha contato por telefone.

O crime

O assassinato de Campos ocorreu em 14 de setembro. No dia do crime havia vaga disponível para acolhimento em Campo Largo, mas para não deixar um amigo sozinho ele decidiu dormir na rua.

O local escolhido foi a Rua Marechal Deodoro, centro da cidade. Enquanto dormia ele foi atacado por dois suspeitos identificados como Luiz Guilherme Pereira da Silva e Fernando Oliveira Faria, inclusive com golpes de martelo. A agressão foi muito violenta e embora o socorro tenha sido acionado a vítima faleceu no local.

A Guarda Municipal (GM) esteve no local após verificar câmeras de segurança da muralha digital da cidade. Os dois acusados foram presos em flagrante e encaminhados para a Polícia Civil (PC).

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O inquérito foi concluído, mas a PC não informou à reportagem o que as investigações mostraram sobre a motivação do crime. Um dos acusados, Silva, foi indiciado por homicídio qualificado. “Mais detalhes, devem ser solicitadas diretamente com o judiciário” (sic), informou em nota a PC.

Apreensão

A preocupação da família da vítima é quanto a possível soltura do acusado do crime. Ao longo do processo de reconhecimento do corpo de Campos e trâmites para liberação familiares viram algum descaso das autoridades. “Tivemos dificuldades de informação, mas o que eu quero é justiça para que esse homem não saia e faça com outras pessoas o que fez com meu filho”, lamenta Edilene.

“Ficamos sabendo também que falaram que era uma briga de pessoas em situação de rua, mas pelas imagens meu filho aparece dormindo quando é atacado e as roupas da pessoa que ataca não indicam ser de alguém que está em situação vulnerável”, diz a mãe.

O desejo da família é que o acusado vá à júri popular, mas ainda não há previsão para que isso aconteça.

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