Empresários e fazendeiros paranaenses: veja quem está detrás do Partido Novo

Agro, construtora e herdeiro do grupo Positivo estão entre principais financiadores paranaenses do partido

Até 2023, o Partido Novo sempre recusou o uso de dinheiro público para o financiamento de suas campanhas eleitorais. Depois do fracasso nas eleições de 2022, o partido decidiu voltar atrás e usar o fundo eleitoral para criar bases regionais pensando nas eleições municipais de 2024. Parte da verba servirá também para pagar o salário do deputado federal cassado Deltan Dallagnol, que recentemente se filiou ao Novo e que receberá o mesmo valor de quando atuava no Congresso.

Por outro lado, nas eleições municipais de 2020 e nas nacionais de 2022, o Partido Novo recebeu doações de grandes empresários e fazendeiros paranaenses, que no total investiram quase R$ 732 mil em seus candidatos, sem que este partido obtivesse um grande desempenho. 

No Paraná, um dos principais doadores foi a família Raad, que construiu vários prédios de luxo em Curitiba por meio da construtora Laguna. Integrantes da família gastaram quase R$ 740 mil nas eleições de 2022 para apoiar diferentes candidatos da direita, como o ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL), o atual governador Ratinho Junior (PSD) e o então candidato a senador Paulo Martins (PL).

Por outro lado, quase R$ 247 mil foram destinados aos candidatos do Partido Novo no Paraná. Já em 2020, o CEO do Grupo Laguna, Faissal Assad Raad, havia financiado com R$ 52 mil a campanha eleitoral de três candidatos do Novo em Curitiba, dentre eles as duas atuais vereadoras, Indiara Barbosa (R$ 25 mil) e Amalia Tortato (R$ 7,5 mil). Em 2002, R$ 350 mil da família Raad foram destinados para Paulo Martins (PL), então candidato ao Senado que teve uma votação muito expressiva apesar de ter sido derrotado pelo ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União).

Outro importante financiador paranaense na última campanha eleitoral do Novo foi Lucas Raduy Guimaraes, atual presidente da Positivo Educacional. Raduy doou mais de R$ 132 mil para dez candidatos do Partido Novo no Paraná, que disputavam vagas no Congresso ou na Assembleia Legislativa. Apesar deste financiamento, nenhum destes políticos conseguiu ser eleito. O presidente da Positivo também apoiou financeiriamente o Partido Novo nas eleições municipais de 2020, quando gastou R$ 38 mil na campanha de Amalia Tortato (R$ 20 mil) e de Indiara Barbosa (R$ 18 mil).

Um exponente do agronegócio que doou dinheiro para o Novo é Arthur Edgar Pollis, sócio da NPP Agropecuária, que faz parte do grupo Brochmann Pollis. O grupo tem interesses na área da agropecuária no Mato grosso do Sul, na madeira em Santa Catarina e no setor imobiliário em Curitiba e no Rio Grande do Sul. Em 2022, Arthur Pollis financiou com R$ 40 mil a campanha de três candidatos do Novo no Paraná, que apesar disso não conseguiram ser eleitos.

No setor da madeira atua também a empresa EBGF, de propriedade do paranaense Emilio Batista Gomes, que é considerada uma “referência no setor agroflorestal no Paraná”. No total, o empresário entregou R$ 182 mil aos candidatos do Novo nas últimas duas campanhas. Em 2020, Gomes financiou cinco candidatos à Câmara de Curitiba com R$ 81 mil, entre eles Amalia Tortato (R$ 20 mil) e Indiara Barbosa (R$ 13 mil). Nas últimas eleições, porém, Emilio Batista Gomes doou quase R$ 89 mil a sete candidatos do Novo no Paraná.

Uma empresa ligada ao grupo EBGF é a Aurora Centennial, que atua no setor da madeira e da construção civil no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. De acordo com o site Casa dos Dados, o seu Presidente seria Edy Gomes Cassemiro, que também participou do financiamento do Novo. Em 2020, Cassemiro financiou a Direção municipal de Novo de Joinville com R$ 30 mil e dois anos depois duplicou este valor para apoiar a campanha de sete candidatos paranaenses do partido.

A campanha eleitoral de Indiara Barbosa foi financiada com R$ 10 mil também por Markenson Marques dos Santos, dono da Cargolift, empresa especializada em transporte de cargas com caminhões. A Cargolift se tornou famosa entre 2016 e 2017 por ter pintado alguns de sues caminhões com as cores da bandeira brasileira e a frase: ‘Todo apoio à operação Lava Jato’. Em 2022, Markenson decidiu financiar a campanha à Câmara dos deputados do ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, com R$ 24 mil e com R$ 20 mil a reeleição do ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL).

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