Curitibano é sequestrado após marcar encontro pela internet

Ele ficou horas em poder dos assaltantes, que levaram senhas, dinheiro e informações. Vítimas dificilmente prestam queixa

A conversa era atraente, ele era bonito e, após algumas horas de conversa por uma sala de bate papo virtual, o encontro foi marcado. Em um lugar público. Ao chegar, tudo fechado. O homem apareceu de carro logo a seguir e sugeriu outro lugar para um café. Ele entrou. Poucos segundos depois, percebeu que havia caído num perigoso golpe.

Armado com um facão, outro homem escondia-se no banco de trás e anunciou o sequestro. Foram horas de ameaças e perguntas enquanto rodavam Curitiba dentro de um Uno. Já na Cidade Industrial (CIC), pararam em uma rua deserta, em meio a um matagal, e mandaram João (nome fictício) entregar tudo, inclusive senhas de bancos, cartões e aplicativos. Também mandaram ele transferir uma boa quantia em dinheiro.

“Minha sorte é que acabou a bateria do celular. Eles ficaram muito nervosos, me bateram, disseram que iam me matar. Achei mesmo que ia morrer. Mas como eu colaborei, eles me soltaram”, conta a vítima. “Quando parei para pedir socorro em uma casa próxima, me disseram que na noite anterior outro rapaz havia solicitado ajuda pelo mesmo motivo, e que isso é comum na regiao. A PM também me disse que tem acontecido muito em Curitiba.”

Questionada, a Polícia Militar informou que é difícil fazer um levantamento rápido sobre as ocorrências, especialmente esta, pois não há um campo específico para este tipo de crime no boletim de ocorrência.

É importante prestar queixa

Na Polícia Civil também não há registros recentes de sequestro após encontros por aplicativos. Os dados ficam comprometidos sem que a vítima preste queixa na delegacia. Isso é importante para dar início às investigações. “Muitos não registram por vergonha, pois pode parecer uma situação constrangedora para a pessoa, situação observada em outros golpes, como o do bilhete. O que não se justifica, pois o registro é necessário e o policial não está ali pra julgar”, informa a Polícia Civil.

Foi como se sentiu João. “Eu estou com muito medo de sair na rua, pois eles sabem onde eu moro e têm todas as minhas informações e documentos. Ainda não fui na delegacia pois estou muito mal. Sinto um misto de raiva, culpa e vergonha por ter caído nesse golpe, mesmo sabendo dos perigos e tendo toda informação necessária. Só estou contando o que houve para alertar outras pessoas.”

Qualquer detalhe relatado pela vítima pode ser fundamental para identificar os criminosos, como cor ou placa do veículo, roupas, nomes, lugares citados durante o trajeto. “No momento do atendimento pela Polícia Militar, a pessoa está nervosa e muitas vezes não se recorda dos detalhes, mas é importante que, no outro dia, ela vá até a delegacia contar tudo o que viu.”

A Polícia lembra ainda a importância de ter certeza com que se está falando pela internet. Confirme perfis, peça detalhes da cidade, fotos, endereços, redes sociais, amigos, locais de trabalho. Faça uma avaliação se ela é realmente quem diz estar falando. Também é importante deixar alguém avisado de onde e com quem você está saindo.

Serviço:

Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba

Rua Presidente Afonso Camargo, 2.239 – Bairro Cristo Rei.

Fone: (41) 32186100 / (41) 3261-6605

e-mail: [email protected]

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