Curitiba terá ato em memória de Marcelo Arruda neste domingo

Homenagens acontecem também em Foz do Iguaçu, São Paulo, Osasco e Porto Alegre

No próximo domingo (17), Curitiba terá ato em memória do líder sindical Marcelo Arruda, assassinado durante sua festa de aniversário por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). A data marca uma semana da morte de Arruda.

A mobilização, marcada para começar às 10h na Praça Tiradentes, é organizada pelo PT, com apoio de outros partidos como o PCdoB, o PSOL, o PSB e o PV, além do Movimento Brasil Popular, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), centrais sindicais, grupos religiosos e outros.

“Nós precisamos recuperar na sociedade as disputas políticas do ponto de vista civilizatório. A morte violenta do Marcelo escancara com muita nitidez o que está acontecendo no nosso país. Se a morte dele, por si só, não demonstra a violência dos tempos presentes que estamos vivendo, o que podemos esperar pela frente?”, questiona Angelo Vanhoni, presidente do diretório do PT em Curitiba e um dos organizadores da manifestação na capital.

Pelo Brasil

Pelo menos outras quatro cidades já anunciaram atos reivindicando paz e justiça por Arruda no próximo domingo. Neste sábado, foram registrados eventos em Londrina e Campo Largo.

Para os familiares e amigos do sindicalista, que organizam o evento em Foz do Iguaçu, onde Arruda vivia, o avanço da violência política no país tem sido motivado por discursos de ódio, que estimulam preconceitos e crimes.

Dados do Observatório da Violência Política e Eleitoral (OVPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostram que enquanto em 2020, quando casos de violência contra lideranças políticas bateram um recorde, registrando 88 ocorrências, nos primeiros três meses de 2022, foram apontados 113. Isso corresponde a um aumento de 30%. 

Além de relembrar os sete dias de falecimento de Arruda, o atos servem como um pedido de paz e respeito às posições políticas. A organização pede para que os participantes vistam branco.

Confira as cidades que terão atos no domingo

Curitiba (PR) – Praça Tiradentes, em frente à Catedral, às 10h

Foz do Iguaçu (PR) – Praça da Paz, às 10h

São Paulo (SP) – Em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), às 10h 

Osasco (SP) – Capelinha do Helena Maria, às 10h

Porto Alegre (RS) – Brique da Redenção, Parque Farroupilha, às 11h

Relembre

Na madrugada do dia 10 de julho, em Foz do Iguaçu, o líder sindical Marcelo Arruda foi atingido por três tiros, durante a festa de aniversário de 50 anos, que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores, no qual era filiado. 

Arruda reuniu cerca de quarenta amigos para comemorar o aniversário na Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf). Durante a festa, o policial penal federal Jorge José Rocha Guaranho, parou o carro em frente ao local e começou a gritar “mito”, “aqui é Bolsonaro”.

Após uma discussão, Guaranho saiu do local, mas retornou cerca de quinze minutos depois e atirou três vezes contra o aniversariante, que também estava armado porque era guarda municipal.

Mesmo baleado, Arruda revidou e conseguiu ferir o invasor. Ambos foram encaminhados para o hospital, mas o líder sindical não resistiu aos ferimentos e faleceu na madrugada de domingo (10). Guaranho segue internado em estado grave.

As imagens do circuito de segurança que registraram o crime foram periciadas e as armas de ambos estão com os investigadores. A expectativa é de que na terça-feira (19) o inquérito do caso seja encerrado e encaminhado ao Ministério Público. Até a última quinta-feira (14), haviam sido ouvidas 18 testemunhas no processo.

Marcelo Arruda era casado e pai de quatro filhos. Em 2020 disputou o cargo de vice-prefeito de Foz do Iguaçu pelo PT. Ele era tesoureiro do diretório municipal do partido e diretor do Sindicato dos servidores públicos de Foz do Iguaçu.

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