Violência política foi recorde em 2020. 2022 já registra aumento de 30%

Crescimento de casos se acentua em anos eleitorais. País registra aumento desde 2018

As eleições de 2020 para prefeituras e câmara municipais em todo país bateram um triste recorde: 538 casos de violência contra lideranças políticas. Mas em 2022, antes mesmo da campanha eleitoral para as eleições para presidente, governador e legislativo federal e estaduais começar, o volume de casos já é 28,4% superior ao do mesmo período em 2020.

Os dados são do Observatório da Violência Política e Eleitoral (OVPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que monitora casos de violência ocorridos contra lideranças políticas brasileiras com base no acompanhamento diário da mídia impressa, eletrônica e digital. No primeiro trimestre de 2020 foram 88 casos de violência. Em 2022, no primeiros três meses do ano, foram encontrados 113 casos.

Casos de violência contra lideranças políticas.

A tendência de aumento de casos de violência política e eleitoral já havia sido apontada por outro estudo, com dados de 2016 a 2020, realizado pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global. Não é possível comparar os dois estudos porque as metodologias são diferentes e os dados desse último levantamento possui dados de 2020 só até o mês de setembro.

No estudo “Violência Politica e Eleitoral no Brasil de 2016 a 2020”, o número de casos encontrados pelos pesquisadores foi de 46 em 2016 (ano de eleição municipal) e 2018 (ano da eleição de Bolsonaro como presidente) para 136 casos em 2019 e 63 casos de janeiro a agosto de 2020.

Casos de violência política de 2016 a 2020

A diferença entre as duas pesquisas, além do período coberto, é que no estudo da Terra de Direitos monitora a violência política que “consiste no uso intencional de recursos e ferramentas de poder e da força com o objetivo de alcançar resultados políticos”. No Observatório de Violência Política e Eleitoral da UFPR, os casos registrados tratam de “agressões, ameaças, atentados, homicídios e sequestros contra diferentes tipos de lideranças políticas ou seus familiares, incluindo políticos no exercício do mandato, ex-políticos, candidatos, pré-candidatos, ex-candidatos e assessores e funcionários da administração pública federal, estadual e municipal”.

Há sobreposição entre os dois trabalhos, mas não uma total coincidência. Os dados de ambos, porém apontam um crescimento consistente nos casos monitorados. Uma tendência que parece se acentuar em anos de eleição, uma situação preocupante, especialmente após casos como o do guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, morto durante sua festa de aniversário no último domingo, dia 10 de julho.

Arruda era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu e foi candidato a vice-prefeito em 2020. Ele foi morto por um policial penal bolsonarista que invadiu a festa, cujo tema era o PT e o ex-presidente Lula.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima