Após recomendação do MP, Ibama fará audiências públicas sobre Ferroeste

Moradores de Morretes lançaram um abaixo-assinado contra a construção da ferrovia

O Ministério Público do Paraná (MPPR) solicitou a realização de audiências públicas para discutir os impactos da construção da Ferroeste no estado. As reuniões serão organizadas pela superintendência estadual do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A expectativa que as datas das audiências sejam divulgadas ainda nesta semana. O documento é assinado pela Promotoria de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente da capital e por seis regionais do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo do MPPR.

Ao todo 41 municípios serão afetados pelo Corredor Oeste de Exportação pretendido pela companhia ferroviária: Araucária, Assis Chateaubriand, Balsa Nova, Campo Bonito, Candói, Cantagalo, Cascavel, Catanduvas, Céu Azul, Contenda, Fazenda Rio Grande, Fernandes Pinheiro, Goioxim, Guaíra, Guaraniaçu, Guarapuava, Ibema, Inácio Martins, Irati, Lapa, Laranjeiras do Sul, Mandirituba, Maripá, Marquinho, Matelândia, Medianeira, Morretes, Nova Santa Rosa, Nova Laranjeiras, Palmeira, Paranaguá, Porto Amazonas, Santa Tereza do Oeste, Santa Terezinha de Itaipu, São João do Triunfo, São José dos Pinhais, São Miguel do Iguaçu, Terra Roxa, Toledo, Tupãssi e Vera Cruz do Oeste.

Em Morretes, os moradores estão preocupados com os impactos ambientais e sociais que as obras podem causar. Por esta razão, no ano passado, eles criaram uma comissão que estudou os documentos que embasaram a viabilidade da obra.

“Nós já tivemos uma vitória. O leilão [para construção do trecho 5, em Morretes] que era para o fim de abril, ficou para o fim do ano. Neste tempo vamos conversar com mais moradores para explicar as consequências. O discurso de progresso que é feito pela Ferroeste é bom, convence as pessoas, mas quando elas vão às reuniões e percebem o tamanho do impacto saem chocadas”, explica Adriana Dubiela, membro da comissão e moradora da comunidade Candonga.

Além disso, a comissão também é contra a obra porque entende que o trajeto da ferrovia, que passa sobre a bacia do Rio Sagrado, pode prejudicar as nascentes que abastecem as comunidades do Candonga, Rio Sagrado, Mundo Novo e Saquarema.

Durante apresentação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) moradores questionaram diversos pontos. As respostas vieram por meio de um documento de 65 páginas. O texto destacou que o projeto “considerou as peculiaridades da região” e que “a ferrovia não poderá represar ou interromper o fluxo d’água” em diversos pontos do município, que é uma grande preocupação da comunidade.

Mobilizados, eles criaram um abaixo-assinado para evitar a construção da ferrovia que já conta com mais de 500 signatários.

O que diz o governo

A Nova Ferroeste deve interligar Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, além da tríplice fronteira com Paraguai e Argentina para facilitar escoamento da produção agrícola.

Em Paranaguá, de acordo com o governo do estado, o investimento será de R$ 240 milhões para a construção de viadutos rodoviário e ferroviário.  

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) indica ainda a instalação de passagens de fauna inferiores e superiores, além de guias a cada 500 metros para permitir a circulação dos animais de médio e grande porte, segundo o governo.

Sobre o/a autor/a

2 comentários em “Após recomendação do MP, Ibama fará audiências públicas sobre Ferroeste”

  1. Ninguém está interessado em barrar essa obra. Só pedimos que seja feita num local seguro, sem afetar mananciais que suprem a necessidade de agua milhões de pessoas. Seria bom se antes de comentarem esse artigo, que as pessoas se informassem melhor a respeito do movimento. Apenas ver televisão não ajuda ter opinião verdadeira.

  2. Começou. Inimigos do progresso mais uma vez se juntam ao MP e ONGs estranhas para barrar uma obra importante.

    Claro que uma ferrovia vai reduzir impactos ambientais ao retirar milhares de caminhões que queimam diesel, pneu e levam o caos às rodovias.

    Lamentável que no Brasil tudo seja difícil, pesado, burocrático e sofra muito na mão de órgãos que deveriam defender o país, mas têm como pano de fundo uma pretensa defesa de meio-ambiente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima