Violência política de raça e gênero é desafio para eleições, diz ministra do TSE

Maria Claudia Bucchianeri lembrou que as mulheres enfrentam questões como quem cuida dos filhos ou se a roupa está adequada

A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), classificou como “tóxico” o ambiente político para mulheres. Ela ressaltou ainda que as mulheres enfrentam questões como quem cuida dos filhos ou se a roupa está adequada, dúvidas que não são direcionadas aos homens.

Bucchianeri mencionou ainda que o combate à violência de gênero e raça ainda configura um desafio para o processo eleitoral. “Criar uma cultura de combate à violência política não é simples. Esse é um desafio de todos e todas nós operadores do direito eleitoral, já que é um crime eleitoral”, destacou a ministra.

Além de Maria Claudia Bucchianeri, também estiveram no painel que abordou violência política de raça e gênero nesta sexta-feira (3) a procuradora da República Nathalia Mariel, a advogada Roberta Eugênio e a assessora-chefe da Escola Judiciária do TSE Polliana Santos. A curadoria e mediação foi feita pela advogada Cristina Neves. O debate fez parte do Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, realizado em Curitiba.

Empoderamento

A procuradora Nathalia Mariel, membro de um grupo de trabalho voltado para a questão de violência de raça e gênero, falou sobre a experiência da pesquisa e lembrou que é responsabilidade de toda sociedade atuar para que a representatividade seja ampliada em todas as esferas.

“Essa responsabilidade compartilhada traz esse dever de cuidar para passarmos para um empoderamento. Empoderar não é só achar legal uma mulher chegar no poder, é pensar coletivamente. Eu consegui chegar lá? Certo. As demais não conseguiram? Em que contexto elas estão inseridas nessa violência?”

Roberta Eugênio elencou alguns obstáculos enfrentados pelas mulheres que concorrem ou se elegem para mandatos. Poucos recursos, assédio e o questionamento sistêmico de falas feitas por elas.

“Você é vista como intrusa”, ponderou Polianna Santos. Para a assessora ainda há um longo caminho para que a representatividade feminina seja “aceita” no meio político. No entanto, com visão otimista, ela destacou que houve avanços tanto na legislação quanto na participação feminina nos pleitos eleitorais.

(com informações do Iprade)

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