Moro consegue adiar processo que pode levar à sua cassação 

Senador é atualmente alvo de duas ações na Justiça Eleitoral por supostas irregularidades na despesas da pré-campanha

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná adiou as audiências do processo contra o senador Sergio Moro (União), aceitando parcialmente o pedido apresentado pela defesa. De acordo com o ex-juiz da operação Lava Jato, mais de mil páginas de documentos foram produzidas pelas partes nas últimas semanas sem dar tempo à defesa de examiná-las. “É curioso proceder-se à a juntada de mais de um milhar de paginas com mais de um mês de atraso e após proferida decisão que designou as audiências de oitiva das testemunhas”, alegou a defesa do senador Moro, que queria obter do desembargador “o desentranhamento das manifestações e dos documentos” apresentados.

Moro é atualmente alvo de duas ações na Justiça Eleitoral por supostas irregularidades na despesas da pré-campanha, quando ainda era pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos. O grande receio do atual senador de União Brasil é a possibilidade de ser cassado pela Justiça, como já aconteceu no caso do ex-coordenador da força tarefa da Lava Jato e ex-deputado federal Deltan Dallagnol (NOVO).

De acordo com a defesa do senador, o novo material impediria a defesa dos investigados de preparar perguntas pertinentes em tempo para os depoimentos das testemunhas, que deveriam ter começado a ser ouvidas nesta quarta-feira (25). O pedido de Moro faz referência em particular a Gustavo Silva Castro, economista e homem de confiança do ex-senador Alvaro Dias (PODE), e Anna Gabriela Pereira de Souza, gestora de contratos de Podemos. Por esta razão, o desembargador Dartagnan Serpa decidiu de adiar as audiências de quase um mês para “que todas as partes possam analisar a documentação em tempo hábil à oitiva das testemunhas”. 

A audiência para ouvir Sergio Moro foi prevista inicialmente para o dia 16 de novembro, mas por conta da decisão de agora, foi adiada para o 7 de dezembro. O senador ainda não comunicou se participará pessoalmente ou por videoconferência. A primeira audiência está marcada para 29 de novembro, quando serão ouvido Gustavo Silva Castro (presidente da comissão provisória do Podemos), Oswaldo Eustáquio, Anna Gabriela Pereira de Souza e Pablo Alejandro Nobel, marqueteiro da pré-campanha de Moro.

Os depoimentos do ex-procurador e deputado cassado, Deltan Dallagnol, e do proprietário do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, são esperados para 1º de dezembro.

Seus suplentes, Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra, também verão julgados junto com Moro por terem se beneficiado das supostas irregularidades na campanha eleitoral do ex-ministro de Justiça e Segurança Pública.

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