O presidente da Câmara Municipal de Curitiba decidiu encerrar a sessão plenária desta quarta-feira (21) antes do tempo alegando que não havia mais condições de prosseguir em função da presença de manifestantes que reiteradamente se recusaram a ouvir em silêncio discursos contrários à posição do presidente Lula em relação a Israel. O assunto, por mais distante que esteja da pauta do município, tem tomado boa parte do tempo dos vereadores.
A interrupção aconteceu quando o vereador Pier Petruzziello (PP) fazia uma crítica a Lula por ter comparado o que ocorre em Gaza ao Holocausto promovido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Primeiro, Marcelo Fachinello (Podemos) determinou uma suspensão temporária da sessão e determinou que um dos manifestantes fosse removido das galerias. No entanto, quando a sessão foi retomada, o protesto prosseguiu e Fachinello simplesmente deu a sessão por encerrada.
Na sessão, vários vereadores, principalmente ligados a igrejas evangélicas, mas também alguns integrantes da chamada direita liberal, atacaram Lula por sua crítica ao governo do israelense Benjamin Netanyahu. “Esta declaração repugnante demonstra o desprezo pela história, pela liberdade e pela verdade”, disse Amália Tortato, ao classificar as declarações como “vergonhosas”.
O presidente também foi defendido. Para Professora Josete (PT), por exemplo, “muitos esquecem que Lula sempre se colocou contra o terrorismo do Hamas e contra a guerra”. Lula, de fato, classificou como terrorismo o ataque do Hamas em outubro que levou Israel, em seguida, a invadir a Faixa de Gaza, matando dezenas de milhares de pessoas, inclusive mulheres e crianças.