Lula escolhe Verri para Itaipu. Desafio é negociar fornecimento de energia com o Paraguai

Deputado paranaense disse ao Plural que Itaipu vai trabalhar alinhada com políticas sociais e que dará atenção às populações indígenas do oeste do Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfim decidiu quem comandará a Itaipu Binacional durante os próximos anos:  o deputado federal Enio Verri, também do PT. O parlamentar, que é de Maringá, é um dos quadros mais antigos do partido e disse que vai alinhar a política da hidrelétrica com os projetos de desenvolvimento nacionais.

Por telefone, o Plural conversou com Verri, que falou estar a vontade com os outros nomes indicados pelo presidente: Luiz Fernando Delazari, advogado que cuidará da área jurídica – ex-secretário estadual de segurança pública e Carlos Carboni, responsável pelo contato com a comunidade.

Lula optou por um quadro mais antigo do partido em detrimento do ex-governador Roberto Requião (PT). O presidente chegou a cotar Requião para o Conselho Administrativo, mas o convite foi declinado.

Após o anúncio de Verri para o comando da Itaipu, o deputado estadual Requião Filho (PT) usou as redes sociais para criticar o partido. “O PT é um partido como qualquer outro, cheio de interesses pequenos e imediatos”, publicou.

Ao Plural, Verri afirmou que esta escolha foi feita pelo presidente Lula e minimizou a situação.

Desafio

Para este ano está prevista a revisão obrigatória do tratado entre Brasil e Paraguai que vigora há 50 anos. Pelo documento, a energia produzida pelo Paraguai deveria ser vendida exclusivamente para o Brasil por conta do investimento na obra e da dívida que o país vizinho tinha.

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Agora, no entanto, os termos podem mudar. “Essa renegociação do fornecimento trata da venda exclusiva para o Brasil e também vamos ver o preço. Precisamos de um acordo viável para os dois países. Vai ser um desafio”.

A Itaipu Binacional é líder mundial em produção de energia, com mais de 2,8 milhões de gigawatts-hora desde o início de sua operação, em 1984. A empresa fornece 8,4% da energia consumida no Brasil e 85,6% no Paraguai.

Paraná

Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná, teve bom trânsito na Itaipu durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), no entanto, o cenário deve ser um pouco mais desafiador agora.

“Ele tem uma maneira diferente de pensar da nossa. Ele defende o Estado mínimo e nós queremos ampliar, melhorar a vida da população. Vamos alinhar os investimentos da Itaipu com o desenvolvimento do Brasil sem esquecer do Paraná”, explicou Verri.

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Na gestão de Bolsonaro a Itaipu subsidiou mais de 20 grandes projetos no oeste do Paraná, em convênios com o estado e com municípios que ultrapassam R$ 1,55 bilhão. Tanto que o ex-presidente Bolsonaro disse que o diretor-geral da Itaipu era o melhor secretário de Ratinho Jr. durante uma entrevista.

“Nós vamos trabalhar em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento e também com o Ministério dos Povos Originários porque na região oeste há muitas comunidades indígenas. O Paraná vai sair ganhando”, mencionou o petista.

Muda a Câmara

Enio Verri assume o terceiro mandato de deputado federal pelo PT e quando pedir licença para comandar a Itaipu a vaga será assumida por Elton Welter, que teve 21.118 votos, bem menos que os 95.172 de Verri. Welter é vereador em Toledo e deve se licenciar do cargo para assumir a suplência.

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2 comentários em “Lula escolhe Verri para Itaipu. Desafio é negociar fornecimento de energia com o Paraguai”

  1. Respeito as decisões do presidente eleito, mas nomear um deputado federal reeleito com mais de 90 mil votos? Não tem mais ninguém qualificado nos quadros do PT que não tenha sido eleito pra ser nomeado. É pegar os votos dos “companheiros” que votaram no Verri e jogar na privada. Nada contra quem vai assumir o lugar dele, mas teve muito menos votos. Políticos eleitos não deviam ser nomeados para cargos em empresas do governo por isso, nomeia outros grandes nomes, você acaba ajudando a aumentar as lideranças do partido, assim da forma que é feito pelo PT você só acaba queimando as lideranças.

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