Governo Ratinho aperta servidores mas abre mão de R$ 55 bi em desoneração

Dieese mostra que só neste ano governo vai ceder R$ 10 bilhões em impostos

Imagina que você deve para várias pessoas há anos e diz que não tem dinheiro para pagar. Pressionado, você oferece um acordo que te custará um determinado valor nos próximos quatro anos. Mas na outra ponta, você perdoa uma dívida 22 vezes maior de pessoas que estão te devendo. Este é o cenário do governo com os servidores e com as desonerações fiscais. Por um lado, oferece um reajuste aos servidores parcelado que custará R$ 2 bilhões em quatro anos; do outro, abre mão de receber R$ 55 bilhões no mesmo período em impostos.

Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Paraná, com base na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), apontam que apenas neste ano a previsão é de que o governo deixe de receber R$ 10 bilhões. Em um ano, o perdão de dívidas é cinco vezes mais que o impacto calculado pelo governo com a proposta de reajuste de pouco mais de 5% ao funcionalismo, que está com o salário congelado desde 2016.

Entre 2018 e 2022, a análise do Dieese nas contas do estado e nas previsões da LDO é de que as desonerações custará ao governo pouco mais de R$ 55 bilhões. A maior parte (90%) decorre de perdão de dívidas de ICMS. O valor equivale à Receita Corrente anual do Estado, que em 2018 foi de R$ 54,2 bilhões.

“No comparativo do ano de 2022 em relação ao ano de 2018, verificamos que o governo estadual está projetando um crescimento de quase 20% (19,85%) nas renúncias, com estas saltando de R$ 10 bilhões para R$ 12 bilhões, um acréscimo de R$ 2 bilhões”, aponta do Dieese no estudo.

Com a anistia às dívidas e as isenções, o governo vem abrindo mão de em média 18,8% da sua receita líquida e de 27,3% da receita corrente líquida anualmente. Para o Dieese, a prática generalizada de incentivos fiscais pode prejudicar as contas do estado e consequentemente o subsídio de políticas públicas para a sociedade.

“Devemos ressaltar ainda que as renúncias fiscais também impactam sobre as negociações coletivas dos servidores públicos, pois, com as renúncias fiscais concedidas, a arrecadação efetiva diminui, aumentando o comprometimento da Despesa com Pessoal sobre as receitas e mais especificamente sobre a Receita Corrente Líquida, consequentemente afetando a margem para concessão de reajustes e benefícios para os servidores”, destaca o órgão na análise.

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6 comentários em “Governo Ratinho aperta servidores mas abre mão de R$ 55 bi em desoneração”

  1. Sem comentários desse governo totalmente mal administrado pelo governador e seus secretários governo fake !!!
    Tirando de quem precisa e dando pra quem tem mto mais de 55 milhões perdoados pelo nosso governador.
    Agora funcionários públicos que já trabalharam 35 anos o q ele fez cobra a previdência de pois de ter contribuído na ativa aposentados tem q pagar até morrer isso é uma vergonha.
    Sem contar dos pedágios do Paraná liberado as cancelas que ótimo né , se preparem pra mais 15 pontos de pedágios é mais 30 anos de cobranças grande vantagem?
    Resumindo alguém q apoia João Doria pra Presidente então não tem amor no Paraná!!!

  2. Verdade tira de quem precisa, e da a empresários que vem sonegando , incrível a falta de consideração com o funcionalismo do Paraná , governador dos ricos e não de quem precisa, de quem leva nas costas esse estado do Paraná.
    Deixe estar não paga aki mais um dia a conta vem pode estar certo disso com juros esse é o meu desejo …

  3. Enquanto isso os funcionários públicos nem reposição da inflação tem a mais de 5 anos e são que os que carregam o Estado nas costas. Vergonhoso, quem paga por isso tudo é o própria população que acha que pagar mal funcionário público é legal mas depois está lá nas filas aguardando ser atendido por esses mal pagos pelo governo.

  4. É lamentável isentar esses impostos de muitos empresários, fazendo de leitão pra poder mamar deitado.
    E os funcionários públicos com salário defasados, principalmente os professores com salários vó gelados.

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