“Em vez de Tesouro Direto, por que não comprar Tesouro Curitiba?”; prefeitura quer emitir títulos públicos

Secretário de Finanças de Curitiba vai a Brasília na semana que vem para defender a proposta

O secretário de Finanças de Curitiba, Vitor Puppi, informou aos vereadores de Curitiba, nesta quarta-feira (29), que semana que vem vai a Brasília para uma reunião com Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica no Ministério da Economia. O tema da conversa é a possibilidade de os municípios voltarem a ter o direito de emissão de títulos públicos.

A ideia central de Puppi é que em vez de recorrer a empréstimos junto a instituições financeiras, o município possa financiar investimentos com a emissão de títulos no mercado. 

“Hoje, o investimento público é muito dependente de operações de crédito, seja de instituições internacionais ou bancos públicos – muito pouco  bancos privados -, mesmo assim o banco sempre vai cobrar o spread. Nós conseguimos hoje, em razão da nossa condição fiscal, empréstimos a 119% do CDI, mas poderíamos pagar muito menos mediante o lançamento de títulos”, diz.

Puppi acredita na medida para cidades que, como Curitiba, apresentam solidez fiscal e um baixo índice de endividamento. 

“Em vez de comprar Tesouro Direto, por que não comprar Tesouro Curitiba? Por que não investir na cidade em que mora se tem a perspectiva de receber uma taxa conveniente? Hoje o governo federal monopoliza isso, mas temos essa proposta, acreditamos nessa proposta e vamos apresentá-la na segunda-feira”, disse Puppi na Câmara Municipal. 

A emissão de títulos por entes subnacionais já foi permitida no Brasil, mas foi revogada no começo dos anos 2000 após diversas situações de fraudes e dívidas acima da capacidade de pagamento. Puppi relembrou que, em Curitiba, o Paço Municipal – construído na gestão de Cândido de Abreu, no início do século XX – foi financiado com a emissão de títulos públicos.

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1 comentário em ““Em vez de Tesouro Direto, por que não comprar Tesouro Curitiba?”; prefeitura quer emitir títulos públicos”

  1. Eulálio Figueiredo

    Vamos esperar que o próximo prefeito de Curitiba tenha uma mentalidade mais jovial e evoluída que o atual. Como se já não fosse prejudicial à cidade fazer obras que dependem de financiamentos, agora surge um “gênio” que quer emitir títulos e garantir mais dívidas de longo prazo para o caixa da prefeitura! Vejam o exemplo de tantas cidades que se valem das parcerias público/privado para resolver seus problemas. Enquanto isso, Curitiba insiste no caminho errado das dívidas, empréstimos e financiamentos. Passar o cartão é fácil, o problema é quando chegam as faturas. Pensa, Curitiba!

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