O vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), não para de ganhar mídia gratuita na comunicação oficial da Prefeitura. Pré-candidato à sucessão de Rafael Greca (PSD) em outubro, ele apareceu em nada menos do que 29 títulos de notícias no site oficial do município desde o início deste ano. Além disso, o nome do vice ou sua foto aparecem em outros 55 textos, num total de 84 figurações.
O levantamento incluiu notícias publicadas de primeiro de janeiro a 11 de fevereiro. Sendo assim, trata-se de um período de 42 dias corridos. Isso significa que Eduardo tem aparecido no site da prefeitura duas vezes por dia, inclusive aos sábados, domingos e feriados.
As notícias dificilmente tratam de algo relevante: uma ou outra vez, por exemplo, aparece a informação de que o vice assumiu o cargo porque Greca foi para fora do país. Mas em geral são miudezas que em outras circunstâncias jamais apareceriam na capa de um site de um município de quase dois milhões de habitantes.
São coisas como: “Com a presença de Eduardo Pimentel, Curitiba elege Cortejo Real do Carnaval”; ou “Eduardo Pimentel destaca a força dos engenheiros no desenvolvimento de Curitiba”.
Em tese, o uso de mídias oficiais em ano eleitoral, se contiver abuso, pode ser tratado pelo Ministério Público e pela Justiça como abuso de poder político. Em última instância, isso poderia levar inclusive à cassação de uma candidatura.
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Se o cara deverá ser candidato para deixar de ser ex e talvez se tornar titular do cargo, essas propagandas, além de serem antecipadas, as quais são custeadas com dinheiro público, não se caracterizam como abuso do poder econômico? Uma vergonha que, tanto por parte da Prefeitura como do órgão eleitoral competente, deve ter o reconhecimento do eleitorado curitibano em defenestrar o candidato na ocasião oportuna, elegendo outro concorrente que se apresente com dignidade e respeito para governar nossa cidade.