Disputa com Itaú pode complicar privatização da Copel

Ações da companhia de eletricidade foram dadas ao Banestado pelo governo Lerner como garantia por empréstimo. Hoje, antigo banco estatal pertence ao Itaú, que herdou ações

Um problema ligado à privatização do Banestado, há 23 anos, está causando complicações para o projeto do governo do Paraná de vender a Copel, empresa de energia elétrica do estado. Um lote grande de ações da Copel foi dada como garantia por um empréstimo feito pelo Banestado ao governo Jaime Lerner. O Itaú, hoje proprietário do antigo banco estatal, diz que o governo paranaense não pode vender essas ações.

O imbróglio foi revelado pelo Jota, site especializado na cobertura dos Três Poderes. Segundo reportagem publicada, o ministro Ricardo Lewandowski estaria fazendo audiências entre as partes para tentar encontrar um meio termo. A reunião de fevereiro deveria ter ocorrido neste dia 6, mas as partes pediram um adiamento e devem se encontrar sem mediação do STF nesta sexta-feira (10).

Já na época da venda do Banestado, deputados de oposição ao governo Lerner afirmavam que a situação era uma bomba-relógio. Vendido por R$ 1,6 bilhão à época, o banco, segundo os críticos da venda, valia bem mais apenas por ter essas ações – na época, especulava-se que apenas a parcela da Copel que ficou nas mãos o Itaú compensaria o preço pago pelo banco paranaense.

O governo Ratinho Jr (PSD) anunciou no fim do ano passado o plano de tornar a Copel uma “Corporation”, o que na placa significa uma venda em massa de ações da companhia e a perda do controle acionário por parte do governo do Paraná – ou seja, uma privatização. Estima-se que a venda possa render cerca de R$ 3 bilhões ao estado.

Para ler a reportagem completa do Jota clique aqui.

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8 comentários em “Disputa com Itaú pode complicar privatização da Copel”

  1. Rogério Brandão

    No caso da Light entenda que a região que a empresa atua é problemática, veja uma parte da análise da XP: “Devido às complexidades socioeconômicas do Rio de Janeiro, há um alto nível de perdas de energia na área de concessão da Light, que é uma das mais difíceis do país em termos operacionais, resultantes principalmente do elevado furto de energia (“perdas não técnicas”) e regiões marcadas por violência urbana.”

  2. Quem é contra a privatização das companhias elétricas e de saneamento não faz ideia do que está falando. Mal sabe da necessidade de capital necessário para a expansão em energias renováveis que será necessário daqui pra frente e o Estado não tem como fazer sem o capital privado.
    O Brasil assinou contratos de energia renovável e descarbonização. Fora o potencial de geração de capital que o mercado de energia renovável traz para o Brasil. E quem diz que a conta de luz vai aumentar é um mentiroso pois não há a menor possibilidade de saber sobre isso. Lembre-se o capital gerenciado pelo setor privado é centenas, talvez milhares, de vezes mais eficiênte que pelo setor público. Quem compara Copel com Light é um ignorante. são empresas completamente diferentes. No caso da Light entenda que a região que a empresa atua é problemática, veja uma parte da análise da XP: “Devido às complexidades socioeconômicas do Rio de Janeiro, há um alto nível de perdas de energia na área de concessão da Light, que é uma das mais difíceis do país em termos operacionais, resultantes principalmente do elevado furto de energia (“perdas não técnicas”) e regiões marcadas por violência urbana.”

  3. E-leitor Copeliano

    Se for consultado no site da ALEP o projeto de lei n.º 493/2022, que autorizou a venda das ações da Copel, verá que nas fls. 45 foi juntado um estudo chamado “INFORMAÇÃO TÉCNICA CCEE Nº 87/2022”.
    E, nesse documento está registrado o seguinte posicionamento do estado quanto a essa questão do Itaú: “Importante mencionar que para análise e encaminhamento de qualquer hipótese de eventual operação societária em que se diminua a participação das ações do Estado do Paraná na Copel, a demanda judicial em questão deve ser tratada sob a perspectiva de que a dívida do Estado, quando do julgamento final ou por acordo entre as partes, retirará qualquer constrição sobre as referidas ações. Isto é, seja pela conversão da dívida em precatório ou pelo pagamento direto por decisão judicial ou acordo, as ações deixarão de estar subscritas em garantia. Além disso, frise-se que a discussão judicial em questão, para análise de cenários e até de eventual decisão de perda de controle acionário do Estado do Paraná na Companhia – com a consequente necessidade de autorização legislativa -, em nada obsta qualquer prosseguimento das competentes decisões nas esferas do Poder Executivo e Legislativo. Pode-se afirmar tal assertiva na medida em que a decisão do acionista ou mesmo a aprovação de competente mandamus legal autorizativo, não implicam na operação de mercado de capitais propriamente dita, a qual é necessária e se dá a posteriori, para que se dê efetivamente a transferência das ações correspondentes. “

  4. Apenas para comparar, a construção de uma usina hidrelétrica da Copel, tipo Segredo e/ou Salto Caxias custaram na década de 90/00 em torno de U$ 1,5 bilhão cada. Isso é só uma parte do patrimônio. Não precisa ser muito inteligente pra ver o total que “eles” querem subtrair do povo do Paraná onde “eles” afirmam que as migalhas de uma suposta venda será transformada em obras sociais. Há algo de podre no reino da Dinamarca…enquanto isso continuamos a ser uma colônia Brasilis. Soberania já foi a muito tempo, infelizmente 😞

  5. Esse Governo do Rato é una extensão do governo do Beto richa se é que pode chamar esse dois de governantes, um absurdo o que estão fazendo com o patrimonio do Estado.

  6. E, mesmo com a situação atual da Light no RJ, sucateada após ser privatizada, o assunto da privatização da Copel continua em pauta?
    É um escárnio.
    Distribuição de água e luz, que são monopolistas por natureza, não podem eatar totalmente nas mãos da iniciativa privada e da especulação.
    Recomendo aos interessados que assistam ao filme “Enron, os Mais Espertos da Sala”, para ver o que acontece quando alguns picaretas tomam conta de um setor estratégico e essencial como energia elétrica. Esse filme está disponível no YouTube.
    Ou que simplesmente acompanhem o que está acontecendo no caso da Light.

  7. Privataria é isso. Os políticos fazem qualquer negócio. O gov. Rato descobriu depois de 4 anos que o Lerner já havia entregue pedaços da COPEL para o Itaú lá atrás. No fim, o Estado ficará a ver navios e os políticos não poderão fazer aquela festança com os recursos que viria da venda das supostas ações da COPEL. Pobre Paraná, entregue aos arrivistas.

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