Deputado ligado à Igreja agride petista em sessão sobre cannabis medicinal

Em reunião da Comissão Especial que discute comércio medicinal da planta, Diego Garcia (Podemos-PR) agride Paulo Teixeira (PT-SP) e votação é adiada

O deputado Diego Garcia (Podemos-PR) empurrou o presidente da Comissão Especial que discute o PL 399/2015, deputado Paulo Teixeira (PT-SP),  em sessão da Câmara na última terça-feira (18). Os parlamentares discutiam projeto que autoriza o cultivo, no Brasil, da planta Cannabis sativa – a popular maconha – para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais.

Garcia, deputado que representa os católicos carismáticos e é frontalmente contrário à aprovação do substitutivo de Luciano Ducci (PSB-PR), não gostou do modo como o presidente conduziu a sessão. Ele apresentou um pedido de adiamento da discussão, mas foi derrotado. Irritado, exigiu votação nominal. 

“Vossa Excelência falou votação nominal de ofício. No início, Vossa Excelência falou votação nominal de ofício. E foi aprovado requerimento. Se não, essa reunião não vai continuar.”

Quando Teixeira deixou claro que considerava o caso vencido, Garcia foi caminhando rápido na direção do presidente, empurrou o computador para o lado e agrediu Teixeira. “Esse deputado chegou aqui na frente e me deu um murro no peito. Me deu um tapa no meu peito. Eu vou pedir o filme. Eu vou pedir o filme. Você me empurrou”, disse Teixeira, indignado. Parlamentares intervieram e a discussão foi retomada em tom mais sóbrio. A votação foi adiada, ainda sem data marcada.

O bate boca, no entanto, seguiu nas redes sociais. O petista publicou o vídeo mostrando a agressão, ao que Garcia respondeu afirmando que não houve violência: “Estão me acusando erroneamente de ter agredido o presidente da Comissão do PL 399, que quer liberar a maconha no Brasil. Não foi isso o que aconteceu e as imagens confirmam o que estou dizendo. Reagi ao atropelo do presidente ao acordo feito por ele mesmo com os deputados.”

Polêmica

Os parlamentares divergem fortemente sobre a viabilização do plantio da cannabis e do comércio de medicamentos. Quem é contra, afirma que a proposta facilitaria o acesso à maconha no país e até mesmo que “é coisa de comunista” – como gritava um deputado durante a briga. Já aqueles favoráveis ao projeto argumentam que milhares de pessoas precisam do medicamento e não têm condições financeiras de adquirir o produto importado, que chega a custar R$3 mil. 

Na sessão, o relator do PL, Luciano Ducci (PSB-PR), disse ter consciência da polêmica que envolve o tema e garantiu que o relatório foi baseado em evidências científicas sólidas sobre as propriedades terapêuticas da planta e contou com a participação de familiares de pacientes, cientistas e profissionais da saúde. 

O deputado criticou ainda as afirmações de que o objetivo do projeto é legalizar a maconha. “É importante deixar claro que com o trabalho que desenvolvemos, não temos a menor intenção de viciar pacientes, nem contribuir para a destruição da família brasileira, muito menos fomentar o tráfico de drogas, prova disso é que vedamos de maneira expressa a fabricação e a comercialização de produtos fumígenos à base de Cannabis”, disse o deputado.

*com informações da Agência Brasil e da Agência Estado

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1 comentário em “Deputado ligado à Igreja agride petista em sessão sobre cannabis medicinal”

  1. Acredito que o título poderia ser mais específico, citando qual a “Igreja” que o deputado agressor pertence, evitando interpretações equivocadas.

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