Após terrorismo, Lula se reúne com governadores; Ratinho não está confirmado

Compromisso não consta na agenda oficial do governador, que usou as redes sociais para condenar os ataques

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir nesta segunda-feira (9) com membros do Fórum de Governadores para discutir ações de segurança após os atos terroristas ocorridos em Brasília no domingo (8). O compromisso não consta na agenda oficial do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD). Questionada sobre a participação de Ratinho pelo Plural, a assessoria ainda não retornou o contato.

No domingo à noite os governadores se reuniram de forma virtual e solicitaram agenda com o presidente. Em Brasília terroristas invadiram o Congresso Nacional, o Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao estilo da invasão no Capitólio, nos Estados Unidos, o grupo formado por bolsonaristas, depredou o patrimônio público. Um homem rasgou uma cópia da constituição Federal, enquanto várias outras pessoas quebraram vidro do Salão Negro do Congresso e danificaram o plenário da Casa.

O presidente Lula decretou intervenção federal no Distrito Federal e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, afastou o governador Ibaneis Rocha (MDB) por 30 dias.

“O descaso e a conivência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e, até então, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres – cuja responsabilidade está sendo apurada em petição em separado – com qualquer planejamento que garantisse a segurança e a ordem no DF, tanto do patrimônio público – Congresso Nacional, Presidência da República e Supremo Tribunal Federal – só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do governador do DF, Ibaneis Rocha, que não só deu declarações públicas defendendo uma falsa “livre manifestação política em Brasília” – mesmo sabedor, por todas as redes, que ataques às instituições e seus membros seriam realizados – como também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante ao realizado nos últimos dois anos, em 7 de setembro em especial, com a proibição de ingresso na Esplanada dos Ministérios pelos criminosos terroristas; tendo liberado o amplo acesso”, destacou Moraes no documento.

Paraná

No Paraná há diversos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acampados em frente aos quartéis do Exército por não aceitarem o resultado das eleições de outubro.

Em Curitiba a maior concentração antidemocrática ocorre em frente ao quartel do Bacacheri. A preocupação é de que os atos ocorridos em Brasília – convocados por meio de grupos de aplicativos de mensagens – se repitam em outros Estados.

Em Araucária, região metropolitana de Curitiba, um grupo chegou a fechar o acesso à Refinaria Getúlio Vargas, a Repar. O objetivo era dificultar a distribuição de combustíveis aos cidadãos.

Guarda Municipal (GM), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar (PM) estiveram no local durante esta madrugada. A tropa de Choque da PM fez a liberação da entrada e nesta manhã, segundo a assessoria, não há mais bloqueio.

Em nota o Ministério de Minas e Energia (MME) disse que não há possibilidade de desabastecimento de combustíveis e afirmou que todas as refinarias estão funcionando bem como terminais e bases de distribuição.

“Repudio profundamente os atos de violência e os distúrbios acontecidos hoje [domingo], no Planalto e no STF, na capital do país. Acredito na democracia, em um Brasil unido, livre e em paz”, publicou o bolsonarista Ratinho Jr. nas redes sociais.

Líder do PT na Câmara, o deputado paranaense Zeca Dirceu afirmou que a bancada do partido representou junto ao STF e cobrou medidas contra os atos terroristas. “Precisamos ir ao MP, MPF, TJ, Governador, comandante da PM, pressionar, tirar foto, colocar na imprensa, exigir ação permanente, no mínimo acabar com esta farra criminosa em frente a quartéis e com qualquer tipo de bloqueio ou acampamento nas rodovias”, disse por meio das redes sociais.

Governo inerte

O perfil institucional do Governo do Estado, por sua vez, considerou os atos terroristas “inadmissíveis”. “O Estado do Paraná repudia os atos ocorridos neste domingo (8), em Brasília. Ações desta natureza são inadmissíveis e atentam contra a democracia e o estado de direito. Somos a favor da paz e do respeito. O Paraná se coloca à disposição do Ministério da Justiça para auxiliar no que for preciso e contribuir para a rápida retomada da ordem e da paz na capital federal”, diz o texto.

Embora a nota trate de “rápida retomada da ordem”, no Paraná há mais de dois meses bolsonaristas causam transtornos em frente aos quartéis. O ministro Alexandre de Moraes deu 24 horas para que os golpistas sejam retirados dos locais, mas, de acordo com a Polícia Militar do Paraná ainda não houve notificação oficial para que eles possam agir.

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2 comentários em “Após terrorismo, Lula se reúne com governadores; Ratinho não está confirmado”

  1. Estranho que o Plural não está divulgando que Anderson Torres foi Chefe de Gabinete do Francischini (União Brasil 44 hj, ramificação contemporânea do ARENA – partido da ditadura).

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