Após denúncia de fraude, contrato fica 50% mais caro

Empresa assina contrato de R$ 38 milhões para manutenção da frota por seis meses

O governo do Paraná fechou contrato emergencial para manutenção de sua frota com valor máximo de R$ 38,6 milhões. O contrato, de seis meses, foi assinado com a Maxi Frota – única empresa que se apresentou para fazer o serviço. A empresa se ofereceu para trabalhar exatamente pelo teto do edital, de R$ 38..657.957,20.

Curiosamente, o contrato é significativamente mais caro do que o da JMK, empresa que foi afastada por supostamente cobrar caro demais e fraudar a manutenção da frota. O emergencial sairá até 50% mais caro, caso o valor máximo seja atingido em todos os meses.

A JMK, que respondia pelo serviço desde 2015, é acusada de praticar fraudes contra o estado. Investigação da Operação Peça-Chave, deflagrada em maio pela Divisão de Combate à Corrupção (DCCO) da Polícia Civil, aponta superfaturamento, em alguns casos, de mais de 400% nos serviços das oficinas mecânicas credenciadas pela JMK.

Em paralelo a isso, outro tensionamento entre a relação do estado com a empresa foi a abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa para investigar atrasos no atendimento de conserto de carros, de pagamento das oficinas por parte da JMK e atrasos de repasses do governo à empresa. Segundo a empresa, o governo apresentava atrasos crônicos nos pagamentos, o que dificultava o repasse às oficinas.

Na outra ponta, o governo afirma que os pagamentos, R$ 168 milhões desde 2015, foram feitos regularmente. Em maio, o Plural publicou uma lista com informações de entrada de viaturas aguardando serviço na oficina dá conta de veículos com data de 14 de julho de 2018, à época, ainda sem execução.

Segundo o novo edital, o valor de contrato inclui custos de peças, serviços, mão de obra da rede credenciada e taxa de administração para prestação de serviço comum de gerenciamento da manutenção, com fornecimento e implantação de sistema informatizado e integrado. A empresa vencedora do contrato atenderá 48 órgãos públicos com uma média de 3,3 mil veículos por mês.

Dos R$ 38 milhões de teto que podem ser gastos pelo governo no contrato emergencial, pouco mais de 72%, cerca de R$ 28 milhões, são para custeio de manutenção da frota de viaturas das polícias e bombeiros da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).

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