Alvaro Dias não descarta que a sua carreira política tenha acabado

Ex-senador diz que não sabe ainda se voltará a disputar eleições após derrota no ano passado

O ex-senador Alvaro Dias (PODE) não decidiu ainda se sua carreira política chegou ao fim. “Estou em retiro. Não vejo, não ouço e não falo, estou apenas refletindo. Hoje diria que não, mas estou decidindo ainda. Vamos aguardar porque o tempo é o senhor razão”, afirmou o ex-governador aos jornalistas antes da apresentação do livro sobre a sua travessia na política brasileira, que aconteceu no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná nesta terça-feira (7).

Uma possibilidade de Alvaro Dias voltar à cena política depende de uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral, que pode decidir pela cassação do mandato do senador Sergio Moro (União), ex companheiro de partido de Alvaro que o derrotou nas eleições de 2022, impedindo sua reeleição para o Senado. 

Alvaro chegou em terceiro lugar com 23,94% dos votos, sendo ultrapassado pelo candidato da extrema direita Paulo Martins (PL), com 29,12%, e por Sergio Moro, que foi eleito com 33,50% da votação.

Alvaro Dias se recusou a responder a pergunta do Plural sobre a razão de sua derrota nas últimas eleições, afirmando que não queria “fazer avaliação política porque hoje é um dia suprapartidário por respeito aos representantes de todos os partidos que vieram aqui”. Porém, durante seu discurso na tribuna da Assembleia, o ex-senador fez uma referência a esta derrota. “Muitas pessoas me perguntam se aceitei o resultado das eleições ou não. Eu respondo que não foi a única eleição que eu perdi. Tenho mais razões para estar feliz depois do meu caminho do que para estar com raiva. Somos filhos das circunstâncias.”

Emocionado

Pela primeira vez, depois de quase um ano sem falar, Alvaro Dias voltou a participar de um encontro público mas não quis comentar a situação política atual. Durante a apresentação do livro “A Travessia”, escrito pelo jornalista José Antonio Pedriali, o ex-senador se emocionou mais de uma vez escutando as palavras dos demais convidados, entre eles o desembargador do Tribunal de Justiça Telmo Cherem e o deputado Denian Couto (PODE).

Alvaro Dias começou a carreira na política como vereador por Londrina, em 1968. Depois foi eleito deputado estadual em 1970 e federal em 1974 e 78. Em 1982, já na reabertura, como um dos principais nomes do MDB, foi eleito senador em uma dobradinha com o candidato ao governo do partido, também eleito, José Richa.

Depois de um período sem mandatos, voltou a ser eleito senador em 1998 e permaneceu no Senado por 24 anos consecutivos. Tentou se eleger governador duas vezes depois do primeiro mandato, mas acabou derrotado por Jaime Lerner em 1994 e por Roberto Requião em 2002. Em 2018, se lançou como candidato à Presidência da República, sem bons resultados.

Presenciaram a apresentação também os deputados Romanelli (PSD), Ney Leprevost (União), Marcia Huçulak (PSD), Marcio Pacheco (REP), o ex-governador Orlando Pessuti (MDB) e a ex-vice governadora Cida Borghetti (PP). O evento foi apresentado pelo Presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSD), que considerou Alvaro Dias uma “referência política para todos nós” e “um grande legado pela política do Paraná”.

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