Startups do Paraná captaram US$ 800 milhões em 2021

A maior parte dos valores investidos, porém, foi para um pequeno grupo de empresas. O estado responde por 6% das startups e 8% do investimento

A dois meses do fim do ano, as startups paranaenses já têm um marco para comemorar. Segundo levantamento feito pelo portal Slinghub.io com exclusividade para o Plural, o estado somou investimentos de US$ 797 milhões de janeiro a 31 de outubro. Esses aportes, no entanto, foram para apenas 160 (15%) das 1095 startups contabilizadas pela Slinghub. E os investimentos mais robustos, referentes a aporte de capital para aumento de escala foram para um grupo ainda menor: 22 empresas.

Startups do Paraná por fase de investimento. Mercado paranaense responde por 6% das startups do país. Fonte: Slinghub.

O desempenho do setor em 2021 mostra um contraste gritante com 2020, quando os investimentos – que somaram US$ 300 milhões em 2019 – despencaram para US$ 80 milhões. Se comparados aos aportes de 2019, os de 2021 representam um aumento de 163%. A queda acentuada nos investimentos em 2020 não se repetiu no cenário nacional.

Aportes por rodada de investimento. Fonte: Slinghub

Entre as empresas que acumulam maiores investimentos estão as duas com avaliação superior a US$ 1 bilhão – chamada de unicórnios: Ebanx e MadeiraMadeira. Juntas elas já conquistaram investimentos de quase um bilhão de dólares desde o início da operação. Segundo o Slinghub, também tiveram bom desempenho a Pipefy, Olist e Doctoralia.

Apesar de concentrar a maior parte das startups do estado (cerca de 30% segundo o mapa das startups do Sebrae), não é só Curitiba que aparece no noticiário do setor. No início do mês, a startup de Londrina Arbo e a Superlógica anunciaram uma fusão. A nova empresa irá competir com outras gigantes do setor imobiliário, como o QuintoAndar. Segundo a Slinghub, o mercado paranaense registrou 15 fusões e aquisições.

Fusões e aquisições por período. Fonte: Slinghub.

Para Cristiano Teodoro Russo, professor e coordenador da incubadora Hotmilk da PUCPR Londrina, o volume de investimentos reflete a demanda por tecnologia causada pela pandemia. “O crescimento previsto para cinco, dez anos acelerou”, diz. Russo destaca que mesmos os dados da Slinghub estão defasados. “Não tem aí outros aportes já confirmados no estado”, completa.

“O setor [de startups] não segue a lógica do mercado tradicional. Ele rompe justamente com o que está aí”, avalia. Para Russo, é justamente por isso que o Paraná, um estado tradicionalmente agrícola, tem entre suas principais startups as fintechs, que desenvolvem soluções tecnológicas para operações do mercado financeiro. “É onde está o dinheiro”, aponta. A tendência, prevê, deve se manter uma vez que os operadores tradicionais do setor estão também investindo em soluções inovadoras.

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