Copel deve estipular preço de ações nesta terça

O ato, que é mais um passo rumo à privatização da empresa, pode movimentar mais de R$ 4 bilhões em operações do mercado acionário

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) dá mais um passo no processo de privatização na próxima terça-feira (8), quando deve estipular o preço das ações ofertadas publicamente. Conforme comunicados da companhia elétrica, a previsão é que sejam vendidas 549.171.000 ações pelo valor estimado de R$ 7,85 cada.

A oferta pública, conforme a Copel, será de distribuição primária e secundária de ações ordinárias. No primeiro momento, serão emitidas 229.886.000 ações pela companhia para introduzir recursos no caixa da empresa, enquanto na emissão secundária serão 319.285.000 ações detidas e vendidas pelo governo do Paraná, o acionista vendedor. Isso significa uma diminuição da participação do estado no capital da Copel.

O valor total da oferta será de cerca de R$ 4,3 bilhões, sem considerar a colocação das ações suplementares, que pode aumentar o número de ações inicialmente ofertadas em até 15%, nas mesmas condições e pelo mesmo preço das inicialmente ofertadas. Destas 82.375.650 ações suplementares, 18.518.650 serão emitidas pela companhia e até 63.857.000 serão detidas e alienadas pelo Estado do Paraná.

O preço unitário das ações, que pode variar para mais ou para menos, será calculado com base na cotação das ações na B3 (bolsa de valores brasileira) e nas indicações de interesse e demanda (por volume e preço) pelas ações.

A transação é coordenada por um grupo formado pelo BTG Pactual, Itaú BBA, Bradesco BBI, Morgan Stanley e UBS BB.

Oferta de ações

A Copel pôde dar continuidade à oferta das ações, lançada em 26 de julho, após o último entrave que estava impedindo o avanço do processo ser resolvido no dia 2 de agosto, quando o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou o valor de R$ 3,72 bilhões a ser pago pela companhia pela renovação das concessões das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias.

De acordo com o economista José Pio Martins, o que determinou a abertura dessa oferta pública de ações feita pela Copel foi justamente o valor de renovação das outorgas de concessão das usinas.

“Ou a Copel paga esse valor ou perde as concessões. Mas, tendo uma dívida de cerca de R$ 14 bilhões, onde ela vai conseguir arrumar esse dinheiro [para as concessões]? Até poderia ir aos bancos, mas aí teria que pagar juros, e para uma empresa já endividada isso é um problema”, explica.

Leia também: Gastos com privatização da Copel ultrapassam os R$ 4 bilhões

Na prática, segundo Martins, a Copel vai emitir novas ações (distribuição primária) para colocar no mercado e captar o dinheiro, que será usado para pagar a renovação das concessões das usinas. Nas emissões secundárias, o governo do Paraná venderá as ações dele, diminuindo assim sua participação na companhia elétrica. 

Ao Plural, a Copel informou que se pronunciará sobre o assunto apenas por meio de comunicados oficiais.

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