Quadrinista Marcelo D’Salete cria “ficção possível” sobre Mukanda Tiodora

Artista que estará na Bienal de Quadrinhos de Curitiba fala sobre suas influências literárias e musicais, e sobre escravidão

Na próxima semana, entre os dias 7 e 10 de setembro acontece em Curitiba a 7ª edição da Bienal de Quadrinhos. O evento é gratuito e toma conta do espaço do Museu Municipal de Arte (MuMA). Durante sua programação – que envolve palestras, oficinas, debates, exposições, visitas guiadas, rodada de negócios e sessões de autógrafos – artistas convidados discutem a chamada nona arte. Entre os convidados, está o quadrinista, ilustrador e professor Marcelo D’Salete.

D’Salete estará na Bienal no sábado (9). Na parte da tarde, D’Salete participa da sessão de autógrafos e, à noite, ele integra a roda de conversa que discute “A história em quadrinhos: Mukanda Tiodora” , escrito e desenhado por ele. A conversa é mediada por Carol Dartora e Ramon Vitral.

Marcelo D’Salete

D’Salete explica que o livro “Mukanda Tiodora” é baseado em cartas. “O livro trata da história de uma mulher negra, a Tiodora em uma São Paulo de 1860. Essa mulher é escravizada e consegue com a ajuda de um outro escravizado, que é o Claro, escrever cartas para o esposo, filho e senhor para negociar sua alforria. É um quadrinho inspirado nessas cartas e nos personagens das cartas. É uma ficção possível sobre quem seria essa personagem”, explica.

Não por acaso, Marcelo D’Salete diz que a pesquisa é hoje uma das partes do processo de criação mais importantes para ele.

Quando perguntado sobre influências, Salete diz beber das mais diversas fontes, desde as musicais até as literárias. “Minhas influências vêm de diversas obras. Na música, o jazz, o rap, a MPB, as músicas africanas e o samba. Na literatura, obras de Toni Morrison, Plínio Marcos e dos quadrinhos diversos que me influenciam como Flávio Colin, Marcelo Quintanilha e Laerte”, diz.

Bienal de Quadrinhos

Sobre o processo de criação de “Mukanda Tiodora”, D’Salete explica que o livro o ajudou a compreender o universo do que era a cidade de São Paulo em 1860. “Escrever sobre a Tiodora, me fez entender o que era São Paulo em 1860. A ideia era compreender quem eram esses personagens e que fatos aconteciam nessa cidade durante esse período”, diz D’Salete. O quadrinista explica que, em 1860, a cidade de São Paulo ainda era um dos locais onde a escravidão tinha muita força.

Serviço

O quadrinista Marcelo D’Salete é um dos convidados da 7ª edição da Bienal de Quadrinhos e participa do evento no sábado (9) com uma sessão de autógrafos às 15h30 e uma roda de conversa às 19h30.

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