Produção de “Retilíneo” faz vaquinha para custear temporada no Rio de Janeiro

O espetáculo foi aprovado em edital da Funarte para apresentações no Teatro Cacilda Becker, porém o grupo precisa pagar os custos da viagem 

O espetáculo “Retilíneo”, da Batalhão Cia de Teatro, está com temporada marcada de 31 de janeiro a 5 de fevereiro no Rio de Janeiro-RJ. As apresentações foram programadas a partir da aprovação em edital da Funarte, contudo a contemplação compreende apenas os valores relativos à ocupação do teatro, não há verba prevista para custear a viagem dos integrantes da equipe. Então, para viabilizar a estreia em terras cariocas, o grupo lançou uma vaquinha online, os interessados podem clicar aqui para realizar a contribuição. 

A jornalista e assessora de imprensa Vanessa Ricardo, que é produtora da peça de teatro ao lado do artista Diogo Marcelo, explica como é gratificante e importante levar “Retilíneo” para essa curta temporada fora do Paraná. “Estar no Cacilda Becker é uma possibilidade de mostrar a força do teatro negro que está sendo produzido em Curitiba. E a vaquinha pode possibilitar a nossa ida para Rio, mostrar a força do teatro independente que tem como foco o estudo das subjetividades do povo negro”, diz Vanessa. 

Como parte da programação aprovada no edital, ainda acontecerão uma rodada de conversas sobre a presença negra nas artes da cena e uma oficina de dramaturgia com Carlos Canarin. 

“Retilíneo”

O espetáculo fez sua estreia no 14º Festival de Teatro de Pinhais, em 2023, quando ganhou o prêmio de melhor dramaturgia, depois fez temporada em Curitiba e recebeu três indicações ao 40º Troféu Gralha Azul: melhor espetáculo, melhor dramaturgia para Carlos Canarin, e melhor atriz para Isabel Oliveira. 

O enredo narra a história do genocídio negro brasileiro, da chegada dos escravizadores europeus no continente africano até os dias atuais, passando por temas como a violência policial e o encarceramento em massa da população negra.

O texto de Canarin foi escrito em 2019, no Núcleo de Dramaturgia do Sesi/PR, e foi finalista do I Prêmio Literário Maria Firmina dos Reis e vencedor da I Mostra de Textos Breves do Coletivo A Digna (SP). O autor também dirige e atua na peça que ainda traz no elenco da montagem atual o ator sul-mato-grossense Henrique Pinho e a atriz baiana Kelle Bastos.

Aquilombamento

Segundo Canarin, a equipe gostaria de “contar com a colaboração de quem puder e quiser ajudar uma companhia preta, independente e que resiste junto a outros grupos numa cidade onde nossos apagamentos são constantes”. “Acreditamos no aquilombamento como prática política e poética para podermos chegar a outros espaços, e penso que esse movimento de contribuição voluntária na intenção de custear uma temporada também se insere no contexto de construção de um quilombo numa versão mais atual, pois a palavra quilombo pressupõe entre outras coisas colaboração, ajuda e impulsionamento”, diz ele.

Para outras informações sobre a vaquinha para levar o espetáculo ao Rio de Janeiro, clique aqui

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