O Esquadrão Suicida oferece entretenimento sem precedentes

Filme foi feito por James Gunn, que saiu da Disney para produzir um filme cheio de violência e ação

Dias depois de ser demitido pela Disney por conta de antigos (e repulsivos) tweets, James Gunn foi contatado pela Warner Bros., que ofereceu ao diretor qualquer título de seu catálogo de super-heróis para adaptação. Àquela altura, Gunn já havia rendido mais de US$ 1,5 bilhão em bilheterias para seus antigos empregadores, e os executivos da Warner Bros. queriam transformar seus heróis em sucessos de público. O diretor escolheu O Esquadrão Suicida para fazer sua estreia na concorrência e seu contrato exigia que, além de liberdade criativa, o filme tivesse classificação indicativa R (restrito para maiores de 18 anos).

Três anos e uma pandemia depois, O Esquadrão Suicida, com direção e roteiro de James Gunn, faz sua estreia híbrida nos cinemas e no serviço de streaming da Warner, a HBO Max*. A história repete a fórmula de seu antecessor, reunindo uma equipe de vilões condenados à serviço do governo dos Estados Unidos em troca da redução do tempo em suas sentenças. Com uma quantidade assustadora de cérebros explodindo, palavrões e até nudez frontal, o filme não se conecta ao Universo Cinematográfico da DC, utilizando o que lhe interessa de seus predecessores e ignorando o que precisa para se erguer sozinho.

Estrelado por Margot Robbie, Idris Elba, John Cena, Joel Kinnaman, Sylvester Stallone, Viola Davis, Jai Courtney, Peter Capaldi, entre outros, O Esquadrão Suicida remove a armadura da franquia de seus personagens – aquela proteção que garante a sobrevivência dos rostos mais reconhecidos para preservar a continuação da série em outros filmes. O longa-metragem inicia seu primeiro ato com uma carnificina que segue o time-título até o fim do filme.

Depois de ganhar seu próprio filme, a Harley Quinn de Margot Robbie escapou do fetichismo da versão original, porém ainda é prisioneira do sadismo, que a espanca por uma missão que sequer faz parte do arco principal da história. Com uma recém-encontrada autoestima, Harley vive em um mundo próprio de flores e passarinhos, e suas ações são um constante alívio cômico em um filme que nunca estabeleceu uma atmosfera dramática.

Esta versão apresenta novos personagens como Robert DuBois/Sanguinário (Idris Elba) e Cleo Cazo/Caça-Ratos 2 (Daniela Melchior), que introduzem um tom emocional ao filme.

Ambientado durante um golpe de estado em um país latino-americano, O Esquadrão Suicida parece fazer uma crítica ao imperialismo americano, porém suas imagens passam a mensagem oposta. Um dos novos personagens, o Pacificador (John Cena), um americano patriota que não se importa com o número de homens, mulheres e crianças que precisa matar para atingir a paz, engloba este paradoxo: se seus assassinatos são divertidos de assistir, o fato de que ele matou pessoas inocentes pode ser ignorado.

O Esquadrão Suicida consegue superar seu antecessor em quase todos os aspectos. Ultrapassando a marca das duas horas, o filme é um pouco longo demais, com quebras ao longo do segundo ato – em especial a missão de Harley Queen – que interrompem a fluidez. Porém certamente carrega o estilo de seu diretor e oferece entretenimento sem precedentes dentro do novo cenário de filmes de super-heróis.

Serviço

O Esquadrão Suicida está em cartaz nos cinemas, mas ainda não tem previsão de estreia na HBO Max no Brasil. A previsão inicial do streaming é que os filmes com lançamento híbrido nos Estados Unidos cheguem ao país com aproximadamente um mês de intervalo.

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