“Moonfall” é tão ruim que chega a ser divertido

No novo filme de Roland Emmerich, diretor de "Independence Day", há tantos buracos no roteiro que esses, sim, poderiam engolir a Terra.

Você vai ao cinema para ver “Moonfall” esperando um momento de diversão leve (o que é válido), mas o filme não chega a cumprir esse papel. Quer dizer, não de propósito. Ele é tão ruim que não há outra saída a não ser se deliciar com momentos de pura insanidade cinematográfica.

Entre as barbaridades cometidas pelo diretor Roland Emmerich, ele já mostrou extraterrestres invadindo a Terra (em “Independence Day”, de 1996) e fez o planeta voltar à era glacial (em “O dia depois de amanhã, de 2004). Agora, em “Moonfall”, é a lua que vai colidir com a Terra.

Vamos supor que você não se importe com o roteiro e só queira ser impactado pelas imagens de destruição. Com exceção de duas cenas boas – a que abre o filme e a que mostra um tsunami engolindo um ônibus espacial –, os efeitos especiais lembram muito os filmes de desastre feitos 20 anos atrás (alguns do próprio Emmerich).

Boas produções de ficção científica devem fazer o público embarcar na narrativa e, para isso, precisam de elementos que sustentem a história. “Moonfall” é um desastre nesse aspecto. Há tantos buracos no roteiro que esses, sim, seriam capazes de engolir a Terra.

Cada nova situação que surge – uma mais tresloucada do que a outra – não chega a ser desenvolvida. E você não tem tempo para digerir os absurdos que se acumulam. Além disso, os diálogos pobres colocam bons atores (Halle Berry, Patrick Wilson e John Bradley) em uma posição difícil. Por consequência, o desastre não comove.

Cinema

“Moonfall” estreia nos cinemas nesta quinta-feira (3).

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3 comentários em ““Moonfall” é tão ruim que chega a ser divertido”

  1. Gostei do filme:
    Ótimos personagens
    Trilha sonora boa
    Ótimo elenco
    Efeitos especiais muito bons
    Ideias pro filme incríveis

    Nota pro filme: 9,1

  2. Fernando Monteiro

    Nestes filmes ficção/catástrofe deve existir um limite para o que é o real possível e fantasia – esta linha deve ser respeitada. Por mais leigo que possa ser o público, não dá para engolir um filme com tamanha extrapolações , a não ser que o foco que se busca seja outro , como foi em Não Olhe para cima. Um filme que no trailler induz uma narrativa que nada tem a ver. Ora, se a órbita da Lua tiver um deslocamento na ordem de 15% de aproximação da terra, já é caso de extinção em massa por aqui devido a atração gravitacional de ambos orbes ( terra e lua ). Meu filho de 7 anos me perguntou com o era possível a terra sendo engolida pela lua e os celulares estarem funcionando perfeitamente. Vixi, pensei comigo, até para uma criança de 7 anos o filme é demais de ruim. Até mesmo as extrapolações têm limites. Era melhor ter feito um desenho animado.

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