Ele viu os 984 longas que levaram o Oscar. E fez um livro pra te contar sobre cada um

Se fosse possível colocar um cabo no cérebro de Marden Machado você poderia fazer um download, direto da memória dele, de uma enciclopédia completa da história do cinema. Como (ainda) não inventaram um jeito de fazer isso, Marden compartilha seu […]

Se fosse possível colocar um cabo no cérebro de Marden Machado você poderia fazer um download, direto da memória dele, de uma enciclopédia completa da história do cinema. Como (ainda) não inventaram um jeito de fazer isso, Marden compartilha seu conhecimento com a gente aos poucos. Depois de quatro volumes de sua série de livros Cinemarden, agora chegou a vez de um volume inteiramente dedicado ao Oscar.

Um outro crítico talvez tivesse escolhido uma amostra de filmes representativos. Mas não Marden. Em “Cinemarden vai ao Oscar”, que estará disponível na semana que vem exclusivamente para Kindle, na Amazon, ele simplesmente decidiu resenhar os 984 longas de ficção já premiados pelo Oscar desde a primeira edição, de 1928. Você não entendeu errado: ele resenhou TODOS os filmes, desde “Asas” até os vencedores do ano passado. E em junho, quando sair a versão em papel, já estarão lá os vencedores de 2024.

Novo livro de Marden, disponível no Kindle dia 23.

Marden, que além de resenhar um filme novo por dia em seu site, também tem um podcast de cinema no Plural junto com Paulo Biscaia Filho e Luiz Gustavo Vilela, deu uma entrevista sobre seu livro novo e sobre o Oscar. Leia a seguir a íntegra da conversa.

Nesses teus quase 50 anos de Oscar, e depois de assistir os quase mil longas de ficção premiados, qual é a principal lição que você tira sobre o prêmio?
Por mais óbvio que possa parecer, o Oscar sempre foi um prêmio da indústria cinematográfica de Hollywood para se autovalorizar. No entanto, diferente de outras premiações que são definidas por um pequeno corpo de jurados, o Oscar é bastante democrático por conta do grande número de votantes que a Academia tem. Especialmente nos últimos cinco ou seis anos quando esse número quase que dobrou e hoje são mais dez mil filiados e boa parte deles vivendo fora dos Estados Unidos, o que tem garantido uma maior diversidade.

Nem sempre o vencedor do Oscar é o filme que acaba “ficando”. Tipo “Cidadão Kane”, ou “Apocalypse Now”, que não ganharam. Qual você acha que é o critério mais importante para a escolha do melhor filme?
Desde 2010, quando a Academia passou a indicar até dez filmes na categoria principal, tem vencido aquele com menor rejeição, já que o critério de marcação dos filmes por ordem de preferência do votante favorece isso. Anteriormente, o escolhido era fruto da melhor campanha feita pelos estúdios. E “campanha” é algo bastante importante em se tratando de Oscar. Apesar de algumas restrições impostas pela Academia elas continuam pesando muito junto aos votantes.

“Segredos de um Escândalo” e Turma da Música Jovem são destaques de podcast de cinema

Como é a tua rotina de cinéfilo? Quantos filmes você vê por semana? E vendo tanta coisa nova, dá tempo de rever os favoritos?
Costumo ver cerca de 20 filmes por semana juntando os que vejo em casa e os que vejo no cinema. Incluindo aí também os que costumo rever. Falando nisso, eu e meu irmão Douglas temos por hábito após assistir a um filme ruim, imediatamente rever um ótimo filme que gostamos. Vai que o pior acontece. Não queremos ter como última lembrança um filme ruim.

Existe previsão de um lançamento desse livro em papel? Quantas páginas daria isso?
A versão impressa deve sair em junho e já incluirá os vencedores do Oscar deste ano. Provavelmente terá em torno de 600 páginas.

E para o Oscar deste ano, você já viu tudo? Quem você acha que leva melhor filme?
Já vi quase todos. Faltam alguns poucos que estrearão no Brasil nas próximas semanas. Até o momento, tudo parece conspirar a favor de “Oppenheimer” para melhor filme e direção. Mas se dependesse de mim, o grande vencedor seria “Assassinos da Lua das Flores”.

Cena de “Assassinos da Lua das Flores”, de Martin Scorsese. Imagem: Divulgação

Fala um pouquinho do podcast de cinema também, pra quem ainda não conhece.
Trata-se do podcast “In Cine Veritas”, aqui do Plural, apresentado por mim junto com Paulo Biscaia Filho e Luiz Gustavo Vilela. Toda quinta tem episódio novo onde conversamos sobre filmes em geral, seja nos cinemas ou nos streamings.

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