O longa-metragem “Solange” é o único filme paranaense na categoria competitiva “Aurora” da 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, uma das mais importantes para o cinema brasileiro. A exibição marca a estreia do primeiro longa-metragem dos diretores Nathália Tereza e Tomás Osten. No papel da protagonista está Cássia Damasceno – ganhadora do Kikito de “Melhor Atriz” no Festival de Gramado pela atuação no curta “A mulher que sou”, também dirigido por Tereza.
“Solange”
O enredo apresenta uma mulher que saiu da cidade onde morava há cinco anos e agora volta para recuperar suas coisas, espalhadas em caixas pelas casas de amigos, com os reencontros voltam memórias e surgem sentimentos contraditórios. A história é, em alguma proporção, também uma metáfora para frustrações pessoais e profissionais vividas em meio à pandemia de Covid-19. “O início de “Solange” foi uma troca de e-mails entre nós, pouco após o início da pandemia. Falávamos da saudade, do desejo de filmar e dos temores sobre o futuro”, contam os diretores que assinam o roteiro junto com a atriz principal.
Diante do cenário caótico no mundo, nasceu neles a ideia de investigar o luto e as distâncias nas relações. “Sabendo o quanto a ideia de encontrar outra pessoa ganhou um significado raro, de sobrevivência e ao mesmo tempo de risco, a história é centrada em uma personagem em desterritorialização, aliada a um luto que ela não encarou de frente”, diz a dupla.
Primeiras impressões
As impressões dos responsáveis pela seleção da Mostra Aurora é de que as escolhas dos diretores deram uma singularidade evidente para o filme. “A proximidade da câmera com a personagem faz uma espécie de retrato em movimento que aos poucos vai compondo uma abstração no jogo com o fora de quadro”, diz o texto dos curadores Camila Vieira, Francis Vogner dos Reis e Lila Foster apresentando da obra no site do evento.
Neste ano, o filme ainda circula por festivais e depois estreia em salas comerciais.
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