Está em cartaz a Exposição “Poesia Experimental Portuguesa”, na Galeria Mezanino, da Caixa Cultural Curitiba. O acervo de obras apresenta pela primeira vez ao público brasileiro um panorama da poesia experimental realizada em Portugal desde os anos 1960 até os dias atuais. São cerca de 80 trabalhos de 18 artistas portugueses, com curadoria de Bruna Callegari e Omar Khouri.
Coletânea
A coletânea tem trabalhos de seis décadas de poesia em diferentes suportes como impressões, pinturas, caligrafias, fotografias, objetos, áudios e vídeos. O movimento, conhecido como PO-EX (iniciais de Poesia Experimental), nunca foi fechado, contudo alcançou pouca visibilidade no Brasil apesar da influência que a Poesia Concreta brasileira exerceu nos portugueses.
Autores
Na exposição, estão obras de artistas como Ana Hatherly, António Aragão, Salette Tavares, Silvestre Pestana, António Barros, Fernando Aguiar, Abílio-José Santos, entre outros. Falecido no ano passado, o poeta E. M. de Melo e Castro (pai da cantora Eugénia Melo e Castro) é o homenageado especial da curadoria.
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Arte e transgressão
Segundo o poeta brasileiro e curador da exposição Khouri, a Poesia Experimental é uma arte de resistência e transgressão. “Esta poesia nasce e se desenvolve no que se pode chamar Era Pós-Verso, instaurada pela Poesia Concreta, nos anos de 1950. Os experimentais são poetas que valorizam as visualidades todas, assim como as técnicas que as possibilitam”, explica.
Para Bruna Callegari, também curadora do evento, a PO-EX tem como característica a desmaterialização. “Ela se fundou em um conceitualismo muito forte e utilizou meios e materiais frágeis e de pouca circulação. É um material rico e panorâmico dessa poesia, que atravessou os tempos e expandiu o seu projeto de resistência cultural e de radicalidade da linguagem”, diz ela.
Poesia Experimental Portuguesa
A PO-EX surgiu na década de 1960, desafiando métodos e convenções da cena artística portuguesa. Dois acontecimentos antecedem as manifestações originais do gênero: a visita a Lisboa do poeta concreto brasileiro Décio Pignatari, em 1956, e a publicação de uma compilação da Poesia Concreta do grupo brasileiro Noigandres, pela Embaixada do Brasil em Lisboa, em 1962.
Ao longo dos anos, as novas gerações de poetas deram continuidade às experimentações, mantendo sempre o princípio da invenção. Tudo pode virar poesia: poemas-objetos, poesia visual, poesia-performance, poesia-cinética e videopoesia.
Exposição: “Poesia Experimental Portuguesa”
Em cartaz até 21 de janeiro de 2024, na Galeria Mezanino da Caixa Cultural Curitiba (R. Conselheiro Laurindo, 280 – Centro). Horários de visitação: de terça-feira a sábado das 10h às 20h, domingos e feriados das 10h às 19h, com acesso para pessoas com deficiência. Classificação Indicativa: livre.
Entrada Franca. Outras informações aqui.
Durante o período da exposição em cartaz, ainda será lançado um livro-catálogo, com textos dos autores portugueses E.M de Melo e Castro, Ana Hatherly e Fernando Aguiar, além de reprodução de algumas das obras em exposição. Idealização e produção: Espaço Líquido.