Documentário mostra vida dos paranaenses na Segunda Guerra

V de Vitória relata a campanha dos pracinhas contra o nazifascismo no norte da Itália

No dia que o Brasil celebra a Tomada de Monte Castello, há exatamente 74 anos, Curitiba começa a exibir o documentário V de Vitória, que procura resgatar a história dos pracinhas brasileiros na II Guerra Mundial. Dirigido pelo jornalista Helton Costa e com coprodução do também jornalista Diego Antonelli e da pesquisadora Andressa Beló Costa, as exibições serão realizadas no Cine Guarani a partir desta quinta-feira (21), até a próxima quarta-feira (27), com entrada gratuita, às 19 horas. O cinema fica no Portão Cultural, na Avenida República Argentina, 3430.

O documentário tem o objetivo de divulgar e contar a história de brasileiros que integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e arriscaram suas vidas nas gélidas temperaturas da Europa, entre 1944 e 1945, para combater as forças nazistas e fascistas de Adolf Hitler e Benito Mussolini.

“A gente assumiu essa proposta de manter essa história viva e contar para a sociedade como foi importante a participação dos pracinhas brasileiros na guerra que combateu o fascismo que assolava a Europa. Eles se mostraram bons combatentes, mesmo sem o preparo e os treinamentos adequados. Os jovens daquela geração elevaram os soldados brasileiros à categoria das melhores tropas da época e contribuíram para a vitória aliada na Europa”, afirma o diretor Costa.

Para o jornalista Diego Antonelli, é fundamental cumprir o papel social que cabe ao jornalismo. “Disseminar conhecimento faz parte dessa função da profissão. A proposta é que as pessoas conheçam a história dos brasileiros que foram para a guerra e todas as dificuldades que sofreram antes, durante e depois”, afirma.

Gravado com depoimentos de ex-soldados da FEB que já são nonagenários, com a participação de filhos de ex-combatentes e de italianos que eram crianças na época do conflito e que foram ajudadas pelos brasileiros com comida e proteção, V de Vitória procura suprir parte da carência de relatos diretos daqueles que vivenciaram ao vivo e a cores um dos conflitos mais sangrentos da história mundial.

O documentário está dividido em três partes. Historiadores de destaque na área foram entrevistados. São eles Dennison de Oliveira (Universidade Federal do Paraná) e Francisco Ferraz (Universidade Estadual de Londrina). A obra traz ainda relato de adultos que na época da II Guerra eram crianças e que foram ajudadas pelos brasileiros em momentos de fome e miséria, além de mostrar como foi a vida pós-guerra dos brasileiros que participaram das batalhas.

Outra obra

Antonelli e Costa mantém uma fanpage do Facebook (www.facebook.com/vdevitoriabr) e também estão em fase final da produção de um livro que irá contar a saga dos pracinhas paranaenses durante a II Guerra, bem como retratar a realidade do estado durante o período de Guerra.

O livro conta, por exemplo o que mudou na rotina dos paranaenses que permaneceram vivendo no estado e as perseguições aos imigrantes e descendentes alemães, italianos e japoneses. “Além disso, o partido nazista tinha bases por esses lados, principalmente em Curitiba. Trata-se de um resgate das histórias que o Paraná teve naquele conflito”, ressalta Antonelli.

Segundo Costa, o Paraná tinha em suas fileiras descendentes de alemães, poloneses, italianos, ucranianos, negros, indígenas, uma diversidade tipicamente brasileira. “Contar como essas pessoas, na maioria civis que nunca tinham imaginado em enfrentar uma guerra, enfrentaram, sofreram e superaram diversos obstáculos é uma das propostas desse livro”, salienta. A obra conta ainda detalhes das batalhas e do cotidiano dos paranaenses durante o conflito.

O Brasil na II Guerra

Foram mandados 25 mil soldados para a guerra, dos quais, mais de 1,5 mil paranaenses. Em 239 dias de ação, a FEB fez mais de 20 mil prisioneiros alemães, mas, perdeu mais de 451 soldados mortos em combate e aproximadamente 1,6 mil feridos, acidentados e desaparecidos em combate. O front foi o norte da Itália, nos vales dos rios Serchio e Reno.

Os autores

Diego Antonelli é jornalista, atuou nos jornais Diário da Manhã e Jornal da Manhã, ambos de Ponta Grossa, e na Gazeta do Povo, onde foi o responsável pela editoria “História”. Publicou os livros Em Domínio Russo e Paraná: Uma História.

Helton Costa é jornalista com 11 anos de experiência, doutor em Comunicação, pós-doutor em História e coordenador do curso de Jornalismo da UniSecal, em Ponta Grossa. É autor de livros e pesquisador sobre jornalismo e II Guerra Mundial.

Serviço:

Exibição: V de Vitória
Onde: Cine Guarani (Avenida República Argentina, 3.430)
Ingresso: gratuito
Data: 21/02/2019 a 27/02/2019
Horário: 19h

Sobre o/a autor/a

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